No encerramento da Universidade de Verão do PSD, Rui Rio voltou a fazer um rol de críticas ao Governo. Referiu mais uma vez a falta de investimentos nos serviços públicos e chegou mesmo a falar num “certo autismo” da parte do Executivo de António Costa relativamente ao Serviço Nacional de Saúde.

Num encontro com militantes socialistas em Almodôvar, Ana Catarina Mendes, a secretária-geral adjunta do PS, não deixou o líder do PSD sem resposta.

“Demonstrou uma total ausência de conhecimento da realidade e de propostas de projeto ou de qualquer ideia para o país. Aquilo que nós sabemos hoje é que após quatro anos e meio da Direita em Portugal, do PSD e do CDS terem delapidado os serviços públicos, o PS e este Governo têm feito um esforço muito grande para melhorar os serviços públicos em Portugal. Por isso mesmo a saúde tem hoje mais investimento e profissionais e a escola pública tem hoje uma valorização da carreira de docente, uma valorização dos seus alunos e uma valorização do que é o espaço público da educação”, afirmou.

De seguida debruçou-se no caso dos transportes públicos.

“Sabemos bem a ideia que o PSD tem historicamente, a da privatização. Esse não é o caminho do PS. O nosso caminho é olhar para os problemas e resolvê-los. O discurso mais fácil foi mesmo o de Rui Rio que é o discurso derrotista, o discurso facilitista, o do bota-abaixo. O PS está aqui para erguer o país. Não é por acaso que podemos olhar para os números de recuperação económica e dizer que o crescimento económico em Portugal é superior à média europeia”, atirou, antes de deixar uma dúvida no ar.

“A questão é saber qual é a estratégia de Rui Rio. Se defende a austeridade imposta por Passos Coelho ou se acha agora que devemos gastar tudo sem ter em conta o rigor das contas públicas”.

Sobre o falhanço das negociações entre Governo e sindicatos dos professores, Ana Catarina Mendes lamentou “a irrascibilidade dos sindicatos”.

“O PS cumpriu mais uma vez a sua promessa de descongelar as carreiras. Descongelámos as carreiras na Função Pública em que os professores foram beneficiados. Repusemos uma justiça que estava há muito tempo congelada. Não podemos dar tudo a todos. Não podemos pôr em causa a sustentabilidade financeira”, explicou.

Deu ainda a entender que o Partido Socialista lida bem com as críticas e a pressão da Direita. “Ao longo dos últimos tempos, passámos todos os testes daqueles que anunciavam o Diabo. O PS lidera um Governo apoiado pelos partidos de Esquerda que apresentou um orçamento por cada sessão legislativa. Ao contrário da Direita que apresentou 12 orçamentos ao longo de quatro anos”.