Meteorologia

  • 28 MARçO 2024
Tempo
14º
MIN 11º MÁX 18º

Oposição pede mais investimento e trabalhadores da higiene urbana

Lisboa é por estes dias uma cidade suja, mas não apenas nas zonas onde a pressão turística é maior, consideram os vereadores da oposição na Câmara Municipal, apontando que a solução passa por mais investimento e meios.

Oposição pede mais investimento e trabalhadores da higiene urbana
Notícias ao Minuto

10:01 - 08/09/18 por Lusa

Política Lisboa

Contactados pela agência Lusa, os vereadores do CDS-PP, PCP, PSD e BE falam num cenário de falhas nos circuitos de recolha de lixo, situação que se alastra também à varredura e lavagem das ruas.

Carlos Moura, vereador do PCP, considera que este problema "não é de hoje" e que "apenas se agravou" este verão.

"A situação está um bocadinho mais dramática este verão, mas tende sempre a agravar", disse à Lusa, apontando que "não foi por falta de aviso".

O comunista fala em "voltas [da recolha do lixo] que não são efetuadas, ou que são deficientemente efetuadas, porque os motoristas chegam ao limite das horas de trabalho e, portanto, não é possível continuar a fazer estas voltas de recolha".

"Com o aumento do número de turistas na cidade, sem que houvesse um plano estratégico para o turismo, era óbvio que todas as estruturas de recolha de resíduos da cidade iam acabar por ceder, verificando-se a situação que hoje se verifica", afirma.

Mas Carlos Moura diz que esta questão já não se cinge apenas às freguesias que recebem mais turistas, na zona histórica, e que os problemas da higiene urbana afetam também zonas como Marvila, Ajuda ou Beato.

Também na opinião do CDS-PP, "Lisboa é uma cidade suja e não é só nas zonas onde a pressão do turismo é maior. Há freguesias que não têm essa pressão turística e onde o problema de higiene urbana se verifica todos os dias".

Por isso, "a desculpa não pode ser só o turismo", sublinha o vereador João Gonçalves Pereira, advogando que "uma pessoa circula na cidade e vê ao nível da higiene urbana uma espécie quase de abandono".

"O que tem havido são alguns paliativos, sempre com muitas sessões de propaganda, mas que depois, na prática, não resolvem aquilo que é o problema estrutural da higiene urbana na cidade de Lisboa", afirma.

O Bloco de Esquerda assume-se "preocupado com os problemas de falhas na limpeza e de recolha de lixo", que na opinião dos bloquistas "surgem especialmente nas zonas que sofrem mais com a pressão turística".

Numa nota escrita enviada à agência Lusa, o gabinete do vereador Manuel Grilo (que substituiu Ricardo Robles) refere que no acordo de governação da cidade, firmado com o PS após as últimas eleições autárquicas, o BE defendeu que as receitas da taxa turística fossem investidas nas "áreas da higiene urbana e dos transportes públicos nas zonas de maior pressão turística".

Quanto às soluções apontadas, a oposição ao presidente Fernando Medina (PS) rema para o mesmo lado.

"Obviamente que o número de pessoas existentes não dá vazão à recolha e, portanto, terá que haver mais gente", diz o PCP, que pede "um reforço de meios" na recolha do lixo e limpeza das ruas.

Para o PSD, "é fundamental assegurar a recolha diária e pô-la em prática o mais rapidamente possível".

Os sociais-democratas falam em "ir de encontro ao que é a realidade da cidade", dado que "há um fenómeno crescente de pressão sobre as freguesias centrais, que não escolhe os dias" e, por isso, "a cidade tem de saber adaptar-se e responder, não pode passar por situações em que tem um dia sem recolha de lixo, com o lixo espalhado nas ruas".

"É preciso assegurar horários regulares de recolha e evitar situações que têm acontecido na cidade de recolha de lixo na hora do pico de visitantes, na hora de pico de calor, que não é desejável para os trabalhadores também", acrescenta João Pedro Costa.

Já o CDS-PP diz que "os diagnósticos estão feitos, os levantamentos estão feitos" e "a solução passa por uma decisão política e por uma ação política" materializada "com a aquisição de mais equipamentos e com a contratação de mais funcionários".

Apontando que as competências foram delegadas nas juntas de freguesias, "mas não foram acompanhadas de apoio financeiro", Gonçalves Pereira vincou que "o que é certo é que os munícipes não têm nada a ver com as confusões entre a Câmara e as juntas de freguesia".

"O que os lisboetas exigem é uma cidade limpa, uma cidade cuidada [...], e esse cuidado e essa limpeza não têm existido", acrescentou.

Recomendados para si

;
Campo obrigatório