Meteorologia

  • 19 ABRIL 2024
Tempo
20º
MIN 15º MÁX 21º

Bloco, PCP e PEV contra voto de pesar do PSD pela morte de John McCain

Um voto de pesar do PSD pela morte do senador republicano John McCain foi hoje aprovado no parlamento com o apoio do PS e do CDS-PP, mas com a oposição do Bloco de Esquerda, PCP e PEV.

Bloco, PCP e PEV contra voto de pesar do PSD pela morte de John McCain
Notícias ao Minuto

22:20 - 06/09/18 por Lusa

Política Parlamento

Nesta votação, pela Comissão Permanente da Assembleia da República, o deputado do PAN André Silva optou pela abstenção.

No texto aprovado, refere-se que o candidato republicano às eleições presidenciais norte-americanas de 2008 "era um militar veterano, tendo sido feito prisioneiro de guerra durante cinco anos no Vietname, de onde saiu como um verdadeiro herói para o povo americano".

"Um homem de convicções fortes e de grande frontalidade, McCain transformou-se numa figura moral do Senado e do seu partido e alguém reconhecido internacionalmente, não apenas pela sua postura na política interna americana, como também no plano externo onde procurou sempre defender os interesses fundamentais da liberdade e da democracia, discordando inclusivamente de algumas posições do seu próprio partido", lê-se no voto aprovado pelo PSD, PS e CDS-PP.

Através de declaração de voto, o PCP justificou a sua oposição ao texto apresentado pelo PSD por se "iludir o papel que, ao longo de décadas, John McCain desempenhou como arauto das guerras de agressão contra Estados soberanos e os seus povos por parte dos Estados Unidos da América e dos interesses do complexo militar-industrial que, com essas guerras, lucra milhares de milhões de dólares".

O PCP aponta ainda que McCain apoiou a invasão do Afeganistão em 2001, do Iraque em 2003, a "agressão" da NATO contra a Líbia e a guerra contra a Síria, entre outras operações militares.

"Se John McCain foi prisioneiro de guerra, durante a guerra do Vietname, aconteceu porque foi derrubado o avião que pilotava e procedia a um bombardeamento desse país", sustenta a bancada comunista, fazendo aqui referência ao uso de napalm "e outras armas químicas" por parte das tropas norte-americanas.

A declaração do PCP faz igualmente uma alusão às divergências entre o falecido senador norte-americano e o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

"O facto de que o embate que hoje divide diferentes setores da classe dirigente norte-americana tenha levado a que as cerimónias fúnebres de John McCain fossem transformadas num espetáculo mediático em nada interessa ao povo português. Nem justifica que a Assembleia da República homenageie um paladino do militarismo e da guerra, que viola os princípios da Constituição da República Portuguesa, da Carta das Nações Unidas e do Direito Internacional", defende o PCP.

Na série de votações de hoje, o PCP esteve também contra o voto de pesar apresentado pelo CDS-PP pela recente morte do empresário Pedro Queiroz Pereira - iniciativa aprovada com o apoio do PSD e PS, mas que ainda contou com as abstenções do Bloco de Esquerda e PEV.

No texto apresentado, o CDS-PP destaca as qualidades humanas e profissionais do principal acionista e presidente do Conselho de Administração do Grupo Semapa.

"Foi a sua ação que fez deste um dos principais grupos industriais portugueses - também a nível internacional através da sua atividade exportadora -, com presença nas áreas do papel e pasta de papel, cimento e ambiente".

"As qualidades humanas e profissionais e o espírito empresarial de Pedro Queiroz Pereira fizeram dele uma referência incontornável no meio industrial português, e o rigor com que geriu as suas empresas será sempre um exemplo único de liderança", refere-se no voto da autoria do CDS-PP.

Recomendados para si

;
Campo obrigatório