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Sarmento quer PSD contra "salada russa" da Esquerda

O vice-presidente do PSD Morais Sarmento desafiou hoje o partido a voltar a apresentar "um desígnio nacional" que possa ser, nas próximas eleições, uma alternativa ao que chamou de "salada russa" das propostas do PS, BE e PCP.

Sarmento quer PSD contra "salada russa" da Esquerda
Notícias ao Minuto

18:20 - 05/09/18 por Lusa

Política Declarações

Numa 'aula' na Universidade de Verão do PSD, na qual tinha estado há 16 anos na primeira edição, Nuno Morais Sarmento acusou o atual Governo de não apresentar "um único desígnio nacional" durante estes quatro anos e deixou um aviso para as legislativas do próximo ano.

"Eu não quero ler o programa do PS, que é só uma terça parte, eu quero é perceber o cardápio de exigências de PCP e BE para ver a salada russa que dá. Deve ser semelhante à que vivemos nos últimos quatro anos, o problema é que o país é um todo maior do que a soma das partes", defendeu.

Para Morais Sarmento, nas próximas eleições o PSD terá pela frente não um combate com o PS, mas "com a frente de esquerda".

"É um combate com a Catarina, é um combate com o Jerónimo, e também com António Costa", apontou, considerando que o PSD terá de apresentar "uma solução completa, coerente e credível" como alternativa.

O dirigente reconheceu que também o PSD não se apresenta há muito ao eleitorado "com uma postura de mobilização para um desígnio de país", considerando que os anteriores primeiros-ministros do partido -- Pedro Passos Coelho e Durão Barroso -- não o puderam fazer pelas condições económicas do país.

"Como é que o PSD deve sair da armadilha? Não é com um a governar na crise e outro na folga, não. É um apresentar uma proposta para o país, e outro apresentar aquela coisa que é uma soma de partes", aponta.

O antigo ministro do Estado e da Presidência de Durão Barroso apontou a saúde como um exemplo de uma área em que PSD e PS têm visões diferentes.

"Nós achamos que tem de existir um Serviço Nacional de Saúde, lutámos por ele desde o início, mas tem de existir ao lado disso liberdade e possibilidade de eu escolher", defendeu.

No Conselho Nacional da próxima semana, o PSD levará a debate o documento produzido pelo Conselho Estratégico do partido precisamente sobre a saúde.

"Do outro lado, temos quem ache que seria possível e desejável acabar com as alternativas em termos de prestação de cuidados de saúde e obrigar os portugueses a uma única resposta, sem alternativas e sem capacidade de escolha e exigência sobre os resultados", criticou.

Perante os jovens alunos da Universidade Verão, que decorre em Castelo de Vide (Portalegre) até domingo, defendeu a importância de serem as gerações mais novas a determinar o pensamento do PSD.

"Eu acho que o importante não é que seja a Margarida Balseiro Lopes [líder da JSD] a fazer o discurso do 25 de Abril -- isso é como funciona o PS, é para a fotografia -- é que seja a Margarida, que sejam as 'margaridas', os mais novos a determinar o pensamento do PSD", defendeu.

Membro da atual direção do PSD, Morais Sarmento deixou uma pergunta, a que ele próprio respondeu de forma crítica: "Se temos, neste momento, os mais novos de entre nós a serem participantes decisivos na definição do pensamento e da estratégia e pensamento do PSD? Não. Se isso para mim é uma condição de vitória? É".

"Com isto digo tudo sobre o que nos falta cá dentro mexer e mudar", acrescentou.

Pelo contrário, o atual vice-presidente do PSD defendeu que o partido deve manter-se onde "sempre esteve" em termos de posicionamento ideológico, ao centro, mesmo perante novas formações políticas, como a Aliança anunciada pelo ex-líder do PSD Pedro Santana Lopes.

"O PSD é a social-democracia, não há que ter complexos nem problemas com isso", disse.

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