“O Governo prometeu aos professores aquilo que não podia prometer”
O líder do PSD admitiu estar preocupado com o início do ano letivo e acusou o Executivo de António Costa de “criar expectativas nos docentes que agora não consegue cumprir”.
© Global Imagens
Política Rui Rio
Ao fim de um mês de férias, Rui Rio quebrou finalmente o silêncio, tantas vezes criticado por comentadores e até colegas de partido, e dirigiu-se a Monchique, para visitar as zonas afetadas pelos incêndios do início de agosto. Apesar de muitos dizerem que vai atrasado, Rui Rio rebate que o partido "não fala em cima do acontecimento".
Apesar de estar no Algarve para se inteirar dos estragos feitos pelas chamas, foi sobre o início do ano letivo que o presidente do PSD mostrou mais preocupação.
“Estou preocupado com o início do ano letivo porque a relação entre o Ministério e os professores não é famosa porque o Governo prometeu aos professores aquilo que não podia prometer, ou seja, criou uma expectativa aos professores que agora não consegue cumprir”, começou por dizer o líder social-democratas ao ser questionado sobre as consequências do braço-de-ferro entre os representantes dos docentes e o Executivo de António Costa.
Rui Rio diz mesmo que está em solidariedade com os docentes e que é “absolutamente compreensível” a sua revolta pois o Executivo deu-lhes esperança sobre algo que “não tem o dinheiro para cumprir”.
Ainda sobre esta questão, o líder do PSD assume que os políticos têm a tendência em prometer coisas que não têm a certeza se conseguem cumprir: “Isto é sempre um problema, é sempre um mal na política. Prometemos aquilo que não temos condições, ou pelo menos, de uma forma mais habilidosa, não prometemos mas criamos envolvência para que as pessoas acreditem que é possível. E foi isso que aconteceu”.
Já quanto à medida, anunciada por António Costa, de reduzir o IRS para os emigrantes que decidirem regressar ao país, Rui Rio sublinhou que esta medida pode ter "intenções positivas", mas que não é um bónus fiscal que vai fazer os portugueses, que saíram do país à procura de melhores condições de vida, regressarem a Portugal.
"É óbvio que nenhum português que tenha saído de Portugal por falta de condições de trabalho e de um salário justo vai regressar enquanto a economia portuguesa não tiver condições de oferecer um emprego e um salário parecido com aquilo que ele, neste momento, já consegue usufruir lá fora. "Não é com um bónus fiscal que vai durar um, dois ou três anos, que conseguimos atrair alguém para cá", explicou, adiantando também que ainda é preciso avaliar se esta medida seria justa ou não para os cidadãos que sempre permaneceram em Portugal.
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