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PSD atento a candidatos que violem orçamento para separar "trigo do joio"

O secretário-geral adjunto do PSD Hugo Carneiro defendeu hoje que a decisão de responsabilizar judicialmente os candidatos autárquicos que violem "de forma significativa" os orçamentos autorizados visa separar "o trigo do joio", salientando que "a maioria cumpre".

PSD atento a candidatos que violem orçamento para separar "trigo do joio"
Notícias ao Minuto

14:11 - 31/08/18 por Lusa

Política Hugo Carneiro

Em declarações à Lusa, Hugo Carneiro admitiu que a direção nacional está a analisar outros processos semelhantes ao do candidato do PSD à Câmara da Covilhã, Marco Baptista, mas escusou-se a adiantar quais ou quantos antes de os processos serem reportados ao Conselho Nacional de Jurisdição ou darem entrada nos tribunais.

O jornal i noticiou hoje que deu entrada na quarta-feira no Tribunal de Castelo Branco uma ação que visa imputar a Marco Baptista despesas superiores a 87 mil euros relativas à última campanha autárquica, que não foram autorizadas pelo partido.

"O que se visa é chamar a atenção de que não são todos iguais, os nossos candidatos não são todos iguais, a maioria cumpre, não podemos misturar a maioria que cumpre com os que não cumprem", justificou Hugo Carneiro.

De acordo com o dirigente social-democrata, o passivo do PSD foi aumentando ao longo do tempo "muito explicado pelas dividas das campanhas autárquicas", e defendeu que a intenção da direção é "responsabilizar quem incrementou este passivo sem autorização".

O secretário-geral adjunto do PSD salientou que "a maioria das candidaturas autárquicas cumpre o orçamento que o partido autoriza" e, quando não cumpre, a diferença é residual ou as estruturas locais angariam fundos necessários para cobrir as despesas não previstas.

"O problema não são esses, o problema são os outros poucos que, não cumprindo, têm défices substanciais de campanha não autorizados", referiu, apontando que há casos de despesas que são mais do dobro do que o partido autorizou.

Em consequência, acrescentou, o PSD tem sido alvo de injunções e de penhoras de contas bancárias e "fica limitado na sua capacidade de financiar as estruturas locais na sua atividade política".

"O partido ou paga uma coisa ou paga outras (...). Não podemos governar uma casa quando vivemos neste sufoco em que há uma irresponsabilidade de alguns que prejudica todos os outros", defendeu.

Questionado se a direção não teme que estes processos possam afastar, no futuro, militantes e independentes de se candidatarem pelo PSD, Hugo Carneiro respondeu negativamente e salientou que, dentro dos órgãos do partido, já tinha havido pedidos à direção nacional para que "separasse o trigo do joio".

"Temos de fazer essa distinção, porque a maioria cumpre, até em defesa do partido e dos candidatos e responsáveis de candidatura", salientou.

Hugo Carneiro explicou ainda que estas ações de responsabilização dos candidatos incumpridores se registam a dois níveis: o primeiro, o Conselho de Jurisdição Nacional -- que poderá vir a decidir sobre sanções disciplinares --, e o outro dos tribunais, que têm um cariz indemnizatório e de responsabilidade civil.

"Esta é uma questão interna que pretendemos tratar nos sítios certos", afirmou, salientando que não foi o PSD que divulgou a interposição de qualquer processo judicial.

Questionado sobre que outros antigos candidatos poderão vir a ser alvo das mesmas ações, Hugo Carneiro escusou-se a concretizar enquanto a direção nacional não terminar as suas conclusões e as enviar ao órgão jurisdicional do partido, mas admitiu que "há outros casos que estão a ser analisados".

"É inédito, mas é algo que é normal que qualquer organização, quando sente ser usada de alguma forma, se defenda nas instâncias próprias", justificou.

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