PCP com “energia redobrada” para “batalhas” por visão de Europa diferente
João Ferreira lembra que há “grandes questões” que se colocam nesta fase na União Europeia e que “poderão ter importantes repercussões para Portugal”.
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Política João Ferreira
Num momento em que “nos aproximamos do fim da atual legislatura” no Parlamento Europeu, os deputados comunistas continuam a “desenvolver o seu trabalho”, apresentando aquilo que afirmam serem "propostas alternativas" cujo eixo fundamental é "a defesa da soberania nacional". E é com "energia redobrada", garantem, que iniciam mais um novo período de sessões.
"Fazêmo-lo, com energia redobrada para enfrentar as batalhas que temos pela frente, reafirmando princípios fundamentais do nosso trabalho e o inabalável compromisso de defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo e do país, em prol de uma Europa de efectiva cooperação, progresso e paz”, faz sobressair João Ferreira, numa declaração enviada às redações assinalando a rentrée política no Parlamento Europeu.
O deputado comunista sublinha que há “grandes questões” que se colocam nesta fase na União Europeia e que “poderão ter importantes repercussões para Portugal”. Nesse sentido, para João Ferreira, a discussão sobre o orçamento da UE e sobre os regulamentos dos vários instrumentos financeiros em que este se desdobra (que abarcam áreas como a agricultura, as pescas, o desenvolvimento regional, as áreas sociais, o ambiente, entre outras) “é da maior importância, pelos impactos que comportará no plano nacional”.
O comunista assegura que o PCP vai intervir “nesta batalha”, “combatendo propostas que aumentam as verbas para as políticas militaristas e securitárias, ao mesmo tempo que introduzem mais cortes, condicionalismos e o agravamento da injustiça na distribuição dos fundos, prejudicando, nomeadamente, Portugal e agravando ainda mais as assimetrias entre os Estados”.
“Como sempre, apresentaremos propostas alternativas que não abdicarão da justa e necessária compensação ao nosso País pelos impactos negativos causados pelo Mercado Único, pelas políticas comuns, pelo Euro”, lê-se na declaração, onde o comunista promete apresentar propostas alternativas que “têm na defesa da soberania nacional um eixo fundamental”. Propostas essas que, por outro lado, rejeitam e combatem “imposições contrárias ao interesse nacional, determinadas pelas principais potências, na defesa dos seus próprios interesses, dos interesses das suas grandes transnacionais”.
“Propostas que defenderão e promoverão a produção nacional, os serviços públicos de qualidade, o emprego com direitos, a pequena agricultura e a agricultura familiar, a pequena pesca costeira, as micro, pequenas e médias empresas, o meio ambiente”, acrescenta, sublinhando ainda que as propostas do PCP “assentam também numa outra visão da Europa”.
E que visão é essa?
Na ótica de João Ferreira, “uma Europa onde não pode haver espaço para as políticas e orientações da União Europeia que têm aberto portas ao desrespeito da vontade dos povos, à intensificação da exploração, ao ataque aos direitos sociais, ao aumento das desigualdades, ao racismo, à xenofobia, ao nacionalismo, à extrema-direita e ao fascismo”.
A visão de Europa dos comunistas, encerra assim João Ferreira a declaração, "reclama um projecto de cooperação entre Estados soberanos e iguais em direitos, numa Europa de paz e de progresso social, que queremos que seja ao serviço dos trabalhadores e dos povos e não das grandes potências e dos grandes interesses económicos e financeiros".
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