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'Porto, o Nosso Movimento' diz que PSD/Porto usa Arrábida para atacar Rio

A associação "Porto, o Nosso Movimento" considerou este domingo que o PSD/Porto está a usar o tema da construção na Arrábida "para atacar o líder do partido", expondo "os atos de 12 anos" em que Rui Rio liderou o executivo municipal.

'Porto, o Nosso Movimento' diz que PSD/Porto usa Arrábida para atacar Rio
Notícias ao Minuto

14:11 - 15/08/18 por Lusa

Política Acusação

"A associação cívica 'Porto, o Nosso Movimento' acredita que se trata de um ajuste de contas interno do PSD, que visa expor os atos do executivo de Rui Rio sobre esta matéria durante três mandatos", lê-se num comunicado divulgado hoje pelo movimento que apoiou a candidatura de Rui Moreira à Câmara Municipal do Porto (CMP).

Segundo o movimento, "se os executivos de Rui Rio aprovaram a obra e o novo líder do PSD/Porto acha que a obra não deve avançar, contrariando as decisões e expondo os atos que o executivo liderado pelo presidente do partido tomou", então aquilo a que se está "a assistir é a um ajuste de contas interno do PSD, que a cidade dispensa e de que não quer ser palco".

É que, reitera, "a construção de dois edifícios junto à escarpa da Arrábida está autorizada desde 2001 e durante os 12 anos de presidência de Rui Rio foram aprovados vários Pedidos de Informação Prévia e até passada uma licença de obra a meses das eleições".

"Se foi essa a situação encontrada pelo executivo de Rui Moreira em 2013, porque insiste o PSD/Porto em falar do assunto?", questiona a "Porto, o Nosso Movimento".

Contactado pela agência Lusa, o vice-presidente da concelhia do PSD/Porto, Hugo Neto, fala num "óbvio desnorte" e num "nervosismo grande" da parte do atual presidente do município, Rui Moreira, sustentando que este tem feito nos últimos dias "comunicações contraditórias em que primeiro acusa o ex-vereador Correia Fernandes de ser responsável pela autorização das obras na Arrábida e, depois, já fala de responsabilidades também do PS e do PSD".

Desvalorizando "o facto de a comunicação de Rui Moreira ser através de uma associação ventríloqua, cujos representantes se desconhecem ou quando e como foram eleitos e qual a legitimidade que podem ter", Hugo Neto contrapõe que "o PSD tem órgãos eleitos, é um partido democrático, que ganha e perde eleições e, neste momento, está empenhado em afirmar um projeto de cidade".

"Não vamos deixar de fazer críticas à Câmara Municipal do Porto e, sobretudo, de denunciar aquilo que é uma responsabilidade por ação, que já foi assumida, e por omissão, que a CMP e o seu presidente Rui Moreira têm na permissão de construções em Zona Especial de Proteção, colocando em causa um monumento nacional [a Ponte da Arrábida] e a salvaguarda do património da cidade", sustentou.

No comunicado hoje emitido, a associação "Porto, o Nosso Movimento" recorda que "Rui Moreira nunca apontou o dedo" a Rui Rio sobre este assunto e diz acreditar que, ao "obrigar a câmara a expor os atos de 12 anos de PSD na Câmara do Porto, sempre viabilizando a construção", o líder do PSD/Porto, Alberto Machado, estará a fazer um "acertar de contas" com Rui Rio.

Isto porque, recorda, enquanto presidente da Junta de Paranhos, Alberto Machado concorreu em 2013 nas listas de Luís Filipe Menezes contra Rui Moreira à presidência da câmara do Porto, sendo que Rui Rio "não apoiou", na altura, essa candidatura.

O movimento acusa também o PS/Porto de "ter entrado na deriva sobre um assunto em que tem tantas ou mais responsabilidades que o PSD".

"Foi o PS que em 2001 'inventou' a construção naquele local quando ainda presidia à câmara do Porto [com Nuno Cardoso] e foi o vereador Manuel Correia Fernandes (número dois de Manuel Pizarro) que, após a presidência de Rui Rio, aprovou quatro Pedidos de Informação Prévia e deu ao promotor o direito a construir uma torre de 15 andares", sustenta.

A associação questiona o que pretende o presidente da Federação Distrital do Porto do PS, Manuel Pizarro, ao defender o ex-vereador do Urbanismo Manuel Correia Fernandes.

"Se vem agora defender Manuel Correia Fernandes, o seu número dois, então que diga, claramente, se está de acordo com a torre de 15 andares que o PS aprovou em 2016 num local que um presidente do PS definiu para edificar, em 2001", refere.

A obra em causa integra a Zona Especial de Proteção (ZEP) da Ponte da Arrábida, agora em consulta pública, depois de o processo ter estado parado durante cerca de cinco anos.

Classificada como Monumento Nacional em 2013, a Ponte da Arrábida ficou desde então sem a ZEP prevista na lei e no despacho de classificação para condicionar a construção na envolvente, vigorando uma zona "geral e automática" de 50 metros.

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