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"O PSD esteve a ferver mas não entrou em ebulição"

A opinião é de Joaquim Jorge, que destaca a formalização da saída de Santana Lopes do PSD.

"O PSD esteve a ferver mas não entrou em ebulição"
Notícias ao Minuto

11:55 - 07/08/18 por Filipa Matias Pereira

Política Joaquim Jorge

Este fim de semana, para além das altas temperaturas, o PSD esteve a ferver mas não entrou em ebulição”. A afirmação é de Joaquim Jorge que, num texto enviado à redação do Notícias ao Minuto, recorda que Pedro Santana Lopes formalizou a sua saída do PSD.

Porém, o ‘enfant terrible’, como o apelida, “já não é o que era”. Defende o fundador do Clube dos Pensadores que se “o tivesse feito, há uns anos, depois do que se passou com o seu governo, teria feito enorme mossa no PSD e poder-se-ia ter partido ao meio”.

Atualmente, “depois de ter tido 46% dos votos nas eleições internas e feito um acordo com Rui Rio, não é percetível aos seus militantes e ao comum do cidadão esta saída”. “Posso enganar-me”, assume, mas “se o novo partido não apresentar nada de inovador, limitando-se a ser uma afirmação pessoal e de protagonismo, não colherá nos portugueses”.

Já Pedro Duarte que apoiou Rui Rio, acrescenta o comentador, “diz-se disponível para ser líder”. No seu entendimento, “tem todo o direito de marcar o seu espaço e de se colocar na ‘pole position’, todavia peca por extemporânea”.

Mas, reflete o fundador do Clube dos Pensadores, “nada disto vai afetar muito o PSD”, já que “uma coisa é o que querem determinadas figuras em cada momento, outra bem diferente é a realidade. A realidade é que Rui Rio é o líder e tem mandato para disputar eleições legislativas em 2019”. Acredita Joaquim Jorge que se “correr mal ao PSD nas eleições regionais na Madeira e nas europeias, e se a seguir perder as eleições legislativas, Rui Rio terá guia de marcha”.

Mais do que a saída de Santana Lopes e o desafio de Pedro Duarte, “Rui Rio teve a seu lado: Elina Fraga na justiça, os sintéticos do Salvador Malheiro investigados pela justiça, o currículo de Feliciano Barreiras Duarte”. Estes fatores, a somar às “declarações infelizes na Madeira, à aproximação dissimulada a António Costa e à dificuldade de articular uma estratégia relevante, fazem mais mossa do que se possa imaginar”.

“Um líder da oposição que aspira ao poder está sempre sujeito a muitas críticas e dissidências”, recorda, acrescentando que “o líder é Rui Rio, isso é insofismável e não vale a pena escamoteá-lo. O PSD sempre sofreu da patologia 'síndrome do poder' e quando vê que não chega lá entra em convulsão. Este é um problema latente e preocupante, o PSD arredado do poder para lá de 2019. Aí sim, depois das legislativas de 2019, Rui Rio pode sair obrigado ou pelo próprio pé. Tentar isso, antes, é um suicídio político. Não se pode andar a brincar aos líderes no PSD, só porque não se gosta do atual”.

Joaquim Jorge termina pedindo “atenção”, já que Rui Rio pode, “num golpe de mágica, fazer uma coligação com António Costa e sobreviver. Sabemos como o poder amacia tudo, até dos mais críticos”.

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