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Alteração da lei do trabalho: "Não se pode fazer uma política gingona"

"O Governo fez um acordo com os patrões e agora acordou uma proposta com a Esquerda que é contrária ao acordo que fez", considerou o fundador do Bloco de Esquerda

Alteração da lei do trabalho: "Não se pode fazer uma política gingona"
Notícias ao Minuto

23:05 - 06/07/18 por Tiago Miguel Simões

Política Francisco Louçã

Esta sexta-feira debateu-se no Parlamento um conjunto de alterações à lei do trabalho. No meio de vários chumbos, o Bloco de Esquerda e o PCP conseguiram fazer aprovar a contratação a termo certo e o fim do banco de horas individual. O regresso aos 25 dias de férias no setor privado e 32 no publico, por exemplo, não conseguiu luz verde da parte dos deputados.

Francisco Louça, no seu espaço habitual de comentário na antena da SIC Notícias, considerou que foi um debate “interessante” que foi antecedido por muita tensão. Para o fundador do Bloco de Esquerda, uma das razões que levou à essa tensão foi “o facto do Governo não ter informado os parceiros das propostas que estava em vias de apresentar”; passando-lhes uma “rasteira”.

Já focado no debate, Louçã considerou terem existido novidades no discurso e na atitude.

“O Governo aceitou aprovar, na generalidade, três propostas, duas do Bloco de Esquerda e uma do PCP que acabam com o banco de horas, coisa que o Governo tinha prometido acabar. Não há ai nenhuma incongruência, mas o Governo reintroduziu um banco de horas se fosse votado por uma maioria e trabalhadores num referendo interno”, começou por analisar o economista.

Para Louçã há, no entanto, uma grande surpresa: “O Governo fez um acordo com os patrões e agora acordou uma proposta com a Esquerda que é contrária ao acordo que fez. Vamos ver como isto se resolve”, disse, considerando que “não se pode fazer uma política gingona em que à segunda, quarta e sexta se faz um acordo com os partidos de Esquerda e à terça, quinta e sábado se faz um acordo com as associações patronais”.

O economista considerou que toda esta matéria é “muito sensível” visto que mexe com a base social dos partidos de Esquerda. “É um debate de ideias, mas é um debate de política concreta muito direto e o Governo devia ter preparado bem este debate. Não só não o fez, como agravou essa incomodidade com a tal rasteira de não ter dado informação sobre o que iria propor e acordar com as associações patronais”, rematou, ressalvando que os partidos de Esquerda ficarão de “pé atrás”.

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