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"Brutalidade em Portugal continua". Parlamento 'chumbou' fim de touradas

Projeto de lei do PAN para abolir a touradas foi rejeitado esta sexta-feira no Parlamento, com os votos contra da grande maioria das bancadas. Apesar do 'chumbo', o partido acredita, ainda assim, que "a abolição é uma certeza".

"Brutalidade em Portugal continua". Parlamento 'chumbou' fim de touradas
Notícias ao Minuto

14:46 - 06/07/18 por Melissa Lopes com Lusa

Política PAN

O projeto de lei da autoria do partido Pessoas- Animais- Natureza (PAN) que pretendia o fim das touradas foi esta sexta-feira rejeitado no Parlamento. Votaram contra a iniciativa legislativa, apresentada e defendida em plenário pelo deputado André Silva, a bancada do PSD, a maioria dos deputados socialistas, CDS e o PCP.

“A brutalidade em Portugal continua mas a sua abolição é uma certeza”, reage o PAN ao chumbo.

Para o partido, “o direito ao entretenimento, ainda que disfarçado de herança cultural, não deve poder prevalecer sobre o respeito pela liberdade, pela vida e pela integridade física e psicológica de animais que são sensíveis e que sentem dor, por um lado, nem sobre o ideal de sociedade que rejeita a violência, por outro”.

Numa publicação feita na página de Facebook, após o dito 'chumbo', o PAN sublinha que esperou que os partidos “garantissem a liberdade de voto aos seus deputados/as para que, em plena consciência, fosse conferido a opinião individual de cada um”.

Mas mais uma vez foi clara a posição dos partidos tradicionais que blindaram a vontade expressa de cada deputado/a em representar a sociedade portuguesa”, lê-se.

Apesar do chumbo, o partido permanece convicto que a abolição das touradas irá acontecer no futuro. “A mudança até à abolição continua”, garantem.

Contrariando o sentido de voto da maioria da bancada do PS, oito deputados socialistas estiveram ao lado do diploma do PAN: Pedro Delgado Alves, Rosa Albernaz, Ana Passos, Luís Graça, Diogo Leão, Hugo Carvalho, Tiago Barbosa Ribeiro e Carla Sousa.

Também o deputado social-democrata Cristóvão Norte se juntou, com o voto favorável, ao diploma pela abolição das corridas de touros em Portugal.

Optaram pela abstenção o deputado social-democrata Matos Correia, Carlos Matias do Bloco de Esquerda e 12 deputados socialistas, entre eles Paulo Trigo Pereira, Alexandre Quintanilha, Ivan Gonçalves, Sónia Fertuzinhos, Luís Soares, Porfírio Silva, Filipe Neto Brandão, Elza Pais, João Torres, Carla Tavares e André Pinotes Batista.

Numa declaração de voto distribuída aos jornalistas, os deputados independentes do PS Alexandre Quintanilha e Paulo Trigo Pereira defenderam que "ser coerente com a abolição imediata das touradas exigiria defender para os portugueses a obrigatoriedade do vegetarianismo, pois qualquer alimentação de base animal associa-se a maus tratos a animais".

"Consideramos que é possível conciliar um valor inestimável (a não crueldade aos animais) com a manutenção de valores culturais associados às touradas, restringindo-as às práticas em que existe relação de igualdade entre toureiros/forcados e touro (caso da pegas de caras e toureio a pé) e em que se assegura o bem-estar animal. Este é o caminho do processo civilizacional que pode ser percorrido para conciliar a manutenção de um património cultural com o bem-estar animal, sem o qual as touradas devem ser abolidas no futuro", acrescenta-se na mesma declaração de voto.

Esta votação foi antecedida por um debate tenso, colocando de um lado o deputado do PAN André Silva e, sobretudo, o Bloco de Esquerda que se posicionaram "contra a violência dos animais" e "contra a cultura do massacre" dos touros.

Do outro lado, o PCP, mas sobretudo o CDS, defenderam o respeito pela tradição cultural das comunidades locais e pela preservação dos postos de trabalho ligados à atividade tauromáquica.

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