Comunistas opõem-se a Europa mais "militarista, neoliberal e federalista"
O deputado comunista ao Parlamento Europeu João Ferreira sublinhou hoje a "profunda crise" da União Europeia (UE), lamentando as "decisões de aprofundamento militarista, neoliberal e federalista" do último Conselho Europeu, em Bruxelas.
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Política João Ferreira
"O PCP rejeita veementemente a tentativa de condicionamento e de imposição por parte das instâncias da UE de uma política orçamental e económica nacional contrária aos interesses do povo português e do país", declarou, em conferência de imprensa, na sede comunista, em Lisboa, referindo-se às recomendações específicas por país no âmbito do denominado Semestre Europeu.
O também dirigente do PCP criticou igualmente o aprofundamento da União Económica e Monetária (UEM) e da União Bancária, pois significarão "o acentuar da divergência económica e social no seio da zona euro" e um "usurpar do controlo" de um "setor estratégico" [banca] para forçar "a concentração monopolista do setor financeiro à escala da UE".
"As medidas propostas no domínio ?redução de risco' e da ?resolução bancária' confirmam esta avaliação e acentuam a posição de vulnerabilidade relativa de sistemas bancários como o português", afirmou.
João Ferreira estimou ainda que a "'criação de instrumentos de estabilização'" para "assistir os estados-membros perante inevitáveis choques assimétricos" falharão na resolução dos problemas da moeda única e aumentarão "os mecanismos de ingerência da UE nas decisões soberanas".
"A transfiguração do Mecanismo Europeu de Estabilidade num ?Fundo Monetário Internacional (FMI) europeu' representaria a continuação e reforço de um mecanismo de domínio e chantagem económicos, a funcionar de forma articulada com o FMI, suas práticas e condicionalidade políticas", disse.
O dirigente comunista reiterou ainda a "total oposição" do PCP "à lógica da escalada militarista, armamentista e intervencionista, presente nos objetivos de criação das cooperações estratégicas reforçadas, do Fundo de Defesa Europeu, de ampliação do Programa Europeu de Desenvolvimento da Indústria da Defesa e do aumento das despesas militares no quadro da NATO".
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