Estado Central deve "assumir a Dívida Pública da Madeira"
Numa extensa mensagem de agradecimento pela medalha de mérito que lhe foi atribuída pela Região Autónoma da Madeira, Alberto João Jardim, lança farpas à Europa e ao Estado Central, a quem diz que já é tempo de assumir a "dívida histórica" madeirense, algo que é seu"dever".
© Global Imagens
Política Alberto João Jardim
Alberto João Jardim foi condecorado com a medalha de mérito da Região Autónoma da Madeira, pelos anos em que esteve à frente dos destinos do arquipélago (1978 - 2015).
Na sua página de Facebook, o antigo presidente do Governo Regional da Madeira agradeceu o reconhecimento a Miguel Albuquerque, a todos os que trabalharam consigo, à oposição que contra si lutou e, principalmente, aos madeirenses.
Ainda assim, ao seu estilo, fez questão de deixar algumas farpas ao Estado português e à Europa devido à autonomia política que considera que a Madeira devia ter.
“A Autonomia Política assenta neste Direito à Diferença, sem que Estado e Região sejam identidades que se oponham, antes se completam num quadro de Subsidiariedade que decorra de forma correcta”, escreveu, continuando: “Mas a Europa pouco ou nada está a entender sobre a essência e a inevitabilidade da descentralização política. Paralisou temerosa ante a necessidade imprescindível de um federalismo europeu. A Europa mantém-se agarrada ao velho conceito de Estado jacobino post-Revolução Francesa. Vive numa manifestação anti-personalista, ainda mergulhada no capitalismo liberal. Isto explica situações como na Catalunha, e outras que mais se verão, se nada for feito”.
Depois, Alberto João, centrou-se na política nacional, afirmando ser tempo de eliminar a “fraude constitucional de considerar o Estado como ‘únitário’”, instrumento que, na sua opinião, “só tem servido para abusos e arbitrariedades sobre o povo madeirense.
Já no meio da sua publicação de 1.084 palavras, o social-democrata referiu ser já hora de o Estado central abraçar o seu “dever” de assumir a dívida pública da Madeira.
“Uma outra questão decisiva para o futuro do Povo Madeirense, é o cumprimento pelo Estado central do Dever de assumir a Dívida Pública da Madeira”, pode ler-se. Para isso, apontou as seguintes razões: a sonegação do valor criado por sucessivas gerações madeirenses, assim como a falta dos “devidos apoios financeiros nacionais, ter sido contraída num esforço para aproveitar tudo, nomeadamente Fundos Europeus, de forma a que Madeirenses e Portossantenses atingissem legitimamente, como é nosso Direito, o nível médio de vida da União Europeia”, reiterou, dizendo que sem esta solução acerca da “dívida histórica” muito dificilmente será viável o desenvolvimento integral “nestas ilhas”.
Em jeito de conclusão, Alberto João Jardim deixou ainda uma mensagem aos madeirenses a quem diz que “desistir não está no ADN madeirense”.
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