PCP questiona supressão de comboios entre Caldas da Rainha e Coimbra
O PCP está contra a alegada supressão de comboios inter-regionais diretos da Linha do Oeste entre Caldas da Rainha e Coimbra, a partir de 10 de junho, e questionou o Governo no parlamento nesse sentido.
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Política Governo
Numa pergunta entregue na quarta-feira na Assembleia da República, a que a agência Lusa teve hoje acesso, o deputado comunista Bruno Dias perguntou ao Ministério do Planeamento e das Infraestruturas "como explica a intenção da CP de suprimir as ligações inter-regionais entre Caldas da Rainha e Coimbra".
O deputado quer ainda saber "que medidas vai tomar para garantir que tal supressão não se verifique e que se defenda e reforce o serviço ferroviário".
O PCP manifestou a sua "frontal oposição" à decisão, considerando que, a ser concretizada, "representaria um grave passo no sentido da degradação da Linha do Oeste", já por si prejudicada "diariamente desde janeiro de 2017" com a supressão de comboios.
"Além do desconforto da mudança de composição, a supressão dos comboios inter-regionais e a sua substituição por uma ligação das Caldas à Bifurcação de Lares, ou vice-versa, representará um aumento do tempo de percurso, favorecendo o transporte rodoviário de passageiros", justificou.
O PCP defendeu que o plano de modernização da linha entre Meleças (Sintra) e Caldas da Rainha, em vista pelo Governo, "é insuficiente e requer [também] a urgente aquisição de novas composições a diesel que garantam na íntegra as potencialidades da exploração da linha".
Na segunda-feira, a Comissão Para a Defesa da Linha do Oeste alertou para a intenção de se suprimir comboios inter-regionais entre Caldas da Rainha e Coimbra, que considerou inaceitável, e remeteu para os próximos dias a divulgação de ações de protesto.
No mesmo dia, a CP avançou à Lusa que estão em estudo "alterações aos horários da Linha do Oeste, com data prevista de implementação para o dia 10 de junho", precisando tratar-se de "alterações estruturais à atual oferta, que implicam a eliminação de algumas das ligações existentes e a criação de novas ligações.
A empresa justificou as alterações com a insuficiência do material circulante e remeteu a divulgação das alterações para "logo que estejam finalizados os novos horários".
Em outubro de 2017, o parlamento aprovou uma resolução que recomenda ao Governo que proceda com urgência à requalificação integral da Linha do Oeste.
O concurso público para as obras não foi ainda lançado, uma vez que esteve em consulta pública, até 27 de março, o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) ao projeto de modernização de 87,5 dos 200 quilómetros da via, entre as estações de Mira Sintra-Meleças (Sintra) e de Caldas da Rainha.
De acordo com o EIA, as obras de modernização vão aumentar a velocidade máxima de circulação para os 140 quilómetros/hora, reduzindo em cerca de 40 minutos os percursos atuais e permitindo que a viagem entre Torres Vedras e Lisboa e entre Caldas da Rainha e Lisboa se faça, respetivamente, em 50 e 90 minutos.
O projeto, orçado em 107 milhões de euros, engloba a eletrificação e duplicação da via, a retificação de curvas, a criação de variantes ao traçado atual, a supressão de todas as passagens de nível e a sua substituição por passagens superiores ou inferiores à linha férrea, e s instalação de sinalização nas estações e apeadeiros em 18 meses na passagem pelos concelhos de Sintra, Mafra, Sobral de Monte Agraço, Torres Vedras, Cadaval, Bombarral, Óbidos e Caldas da Rainha.
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