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Há tendência para "fazer um cordão sanitário à volta de Manuel Pinho"

Miguel Poiares Maduro defende que é "fundamental" que esta questão "não seja transformada num debate sobre Manuel Pinho". O antigo ministro lembra ainda que este "debate político e ético parece ser absolutamente prioritário".

Há tendência para "fazer um cordão sanitário à volta de Manuel Pinho"
Notícias ao Minuto

17:45 - 01/05/18 por Filipa Matias Pereira

Política Poiares Maduro

O silêncio político em relação à polémica que envolve Manuel Pinho terminou neste domingo, quando Rui Rio interveio, seguindo-se então uma ‘catadupa’ de reações partidárias. O Bloco de Esquerda já pediu, inclusive, que fosse realizada uma Comissão Parlamentar de inquérito – um repto que o ex-ministro já ‘aceitou’, porém manterá o silêncio se até então não for interrogado pelo Ministério Público.

Para Miguel Poiares Maduro, “finalmente” chegou a altura de o “país mediático e político” descobrir “que ter um membro do governo a receber regularmente dinheiro privado suscita questões éticas e políticas para além das questões legais que competem aos tribunais”.

Numa publicação na sua página oficial de Facebook, o político refere ainda que “não parece que seja relevante se esses montantes foram recebidos mensalmente”, nem tão pouco “desaparecem as questões ética e política” se o antigo ministro “vier agora dizer que esses montantes lhe foram dados a título de empréstimo ou que o Dr. Ricardo Salgado o fez como amigo”, alega.

A falta de transparência nestes casos é, advoga o antigo ministro Adjunto e do Desenvolvimento Regional, “uma violação ética (até porque é o que nos impede de controlar outras possíveis violações se estivermos nessa ignorância). Mas, é hoje aparentemente claro, por detrás dessa falta de transparência escondem-se outras possíveis, e ainda mais graves, violações éticas: receber verbas de um privado (empresa ou particular) sem contrapartida conhecida e/ou aceitável à luz das funções públicas exercidas coloca o titular dessas funções numa situação suspeita e de óbvio conflito de interesses”. Tal é o caso, acrescenta ainda, “mesmo que se invoque tratar-se de um empréstimo, se tal empréstimo tiver sido ocultado ou beneficiar de condições muito mais vantajosas do que aquelas que qualquer outro cidadão teria”.

Poiares Maduro tem “defendido a necessidade deste debate e juízo político várias vezes”, motivo pelo qual não percebe “porque razão só agora o país político parece pronto para fazer um debate político e ético que me parece ser absolutamente prioritário. Se calhar, e infelizmente, até percebo mas custa-me aceitar. Por esta mesma razão parece-me fundamental que isto não seja transformado num debate sobre Manuel Pinho. Deteto uma tendência em certos setores políticos para fazer um cordão sanitário à volta do tema usando Manuel Pinho como foco e fronteira ao mesmo tempo”.

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