"Só vontade de construir a paz permitirá caminhos de futuro"
O Presidente da República afirmou hoje que só a vontade de construir a paz permitirá caminhos de futuro, ao referir-se ao ataque de "amigos e aliados" à Síria e à compreensão manifestada pelo Governo português.
© Orlando Almeida / Global Imagens
País Marcelo
"Memória, orgulho e coragem nos reúnem aqui hoje, Forças Armadas e Portugal, num dia em que Portugal já manifestou pelo seu Governo a compreensão para com a razão e a oportunidade da intervenção de três amigos e aliados, limitada a estruturas de produção e distribuição de armas estritamente proibidas pelo direito internacional e cujo uso é intolerável e condenável", disse Marcelo Rebelo de Sousa, Comandante Supremo das Forças Armadas.
Ao discursar nas cerimónias do Dia do Combatente, centenário da Batalha de La Lys e 82.ª romagem ao Túmulo do Soldado Desconhecido, no Mosteiro da Batalha, distrito de Leiria, o chefe de Estado referiu-se ainda à posição do Governo liderado por António Costa, notando que, ao mesmo tempo, "apelava a uma investigação independente sobre crimes de guerra e a uma solução política negociada e pacífica, dramaticamente urgente, a pensar naquele povo martirizado".
"Numa região de que acabo de chegar e onde só o fim da escalada, escalada de violência e a vontade de construir a paz permitirão caminhos de futuro", continuou, numa alusão à visita ao Egito que terminou na sexta-feira, acrescentando que os tempos atuais são "difíceis e, por isso, tempos que mais do que todos os outros convidam a esta evocação da memória, do orgulho e da coragem das nossas Forças Armadas".
Os EUA, a França e o Reino Unido realizaram hoje uma série de ataques com mísseis contra alvos associados à produção de armamento químico na Síria, em resposta a um alegado ataque com armas químicas na cidade de Douma, Ghuta Oriental, por parte do governo de Bashar al-Assad.
A ofensiva consistiu em três ataques, com uma centena de mísseis, contra instalações utilizadas para produzir e armazenar armas químicas, informou o Pentágono.
O presidente dos EUA justificou o ataque como uma resposta à "ação monstruosa" realizada pelo regime de Damasco contra a oposição e prometeu que a operação irá durar "o tempo que for necessário".
A Rússia pediu, entretanto, uma reunião de urgência do Conselho de Segurança da ONU após os ataques ocidentais contra alvos na Síria.
O Governo português disse já compreender as razões que levaram à intervenção militar desta madrugada na Síria, realizada pelos Estados Unidos, Reino Unido e França, defendendo, no entanto, ser necessário evitar uma escalada do conflito.
"Portugal compreende as razões e a oportunidade desta intervenção militar", afirma o Ministério dos Negócios Estrangeiros em comunicado, acrescentando que o objetivo foi "infligir danos à estrutura de produção e distribuição de armas que são estritamente proibidas pelo direito internacional".
De acordo com o comunicado divulgado pelo ministério de Augusto Santos Silva, o regime sírio "deve assumir plenamente as suas responsabilidades", já que "é inaceitável o recurso a meios e formas de guerra que a humanidade não pode tolerar".
Lembrando que o ataque desta madrugada visou a capacidade de armamento químico da Síria, o MNE refere que os bombardeamentos foram feitos por "três países amigos e aliados de Portugal, os Estados Unidos, a França e o Reino Unido".
O entanto, afirma o ministério, é necessário "evitar qualquer escalada no conflito sírio, que gere ainda mais insegurança, instabilidade e sofrimento na região".
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