Rastreio do VIH e da Hepatite C a partir de casa? Em breve será possível
Trata-se de uma iniciativa inovadora da Associação Abraço.
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País Abraço
E se pudesse fazer o rastreio do VIH e da Hepatite C no domicílio? A ideia é inovadora e será lançada pela Associação Abraço entre abril e maio deste ano. Trata-se, com efeito, de um teste de rastreio gratuito que poderá ser encomendado online e feito no domicílio, garantindo-se, assim, o anonimato e a confidencialidade.
O desenvolvimento desta iniciativa está assente, sobretudo, na simplicidade, já que o kit de rastreio está apenas à distância de um clique. Conforme explicou o presidente da Associação Abraço, Gonçalo Lobo, ao Notícias ao Minuto, os cidadãos maiores de 18 anos podem aceder à plataforma online (Teste em Casa) e solicitar o envio do kit – composto por um toalhete de desinfeção, três lancetes, testes circulares onde será colocada a amostra sanguínea, um penso e um envelope de Serviço de Resposta Sem Franquia. De salientar “que na embalagem em que é enviado o kit nem sequer se identifica a Associação Abraço”, garante o responsável.
A pessoa que realiza o exame de sangue, que requer apenas uma picada no dedo, deve depois colocar a amostra no respetivo envelope e, no mesmo dia, deixá-la nos correios para que chegue com a maior brevidade possível ao Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge (INSA), responsável pela análise.
Caso o resultado do teste seja positivo é enviada uma notificação à Associação Abraço, que ficará então encarregue de contactar a pessoa em causa. De salientar que neste caso é apenas quebrado o anonimato, “mas nunca o sigilo”, assegura Gonçalo Lobo.
A ideia, explica o presidente da Abraço, surgiu com a intenção de “associar as novas tecnologias à saúde, fazendo convergir estas duas áreas em prol da saúde pública”. Além disso, acrescenta, “desta forma o rastreio passa a estar disponível não só nos grandes centros urbanos”. Saliente-se que o kit pode ser enviado para qualquer ponto do país, incluindo regiões autónomas.
Contactada pelo Notícias ao Minuto, fonte oficial do Infarmed esclarece que o dispositivo utilizado “não foi estudado nem avaliado de acordo com os requisitos legislativos europeus para amostras de sangue seco, o que significa que não existe evidência suficiente sobre a utilização neste caso”, tratando-se, por isso, de uma utilização ‘Off Label’.
Consciente da posição defendida pela Autoridade Nacional do Medicamento, Gonçalo Lobo assegura que há estudos com prova científica que “demonstram a eficácia do dispositivo”. Para lá disso, acrescenta, “trata-se de um teste de rastreio e não de diagnóstico”, sendo que após o resultado positivo do 'Teste em Casa' será necessária a realização de exames complementares de diagnóstico.
Recorde-se ainda que recentemente o Governo autorizou as farmácias a realizarem testes rápidos para detectar infeções por HIV e Hepatites virais, nomeadamente a B e a C.
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