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Associação sindical da PSP defende política única para setor

O presidente da Associação Sindical dos Profissionais de Polícia (ASPP) defendeu hoje a criação de um plano a longo prazo que defina uma política única de segurança para adequar a polícia à realidade do país.

Associação sindical da PSP defende política única para setor
Notícias ao Minuto

22:14 - 29/03/18 por Lusa

País Segurança

"Era necessário e nós temos pedido" aos grupos parlamentares na Assembleia da República que definam "um plano a longo prazo, de sete, oito, dez anos", que crie "uma política única de segurança para Portugal, para ir adequando a polícia à realidade do país", disse Paulo Rodrigues, que falava à agência Lusa a propósito do Relatório Anual de Segurança Interna (RASI), hoje divulgado.

Segundo Paulo Rodrigues, devia ser feita uma programação de entrada de efetivo e uma "programação de saída de pessoal mais antigo".

Ao mesmo tempo, as verbas deviam ser adequadas "àquilo que são as necessidades diárias da Polícia de Segurança Pública".

"Se este planeamento não se fizer desta forma vamos ter um desencontro entre aquilo que é a nossa capacidade de resposta e ao mesmo tempo aquilo que é a criminalidade que estamos sujeitos no dia-a-dia", advertiu.

Comentando a diminuição da criminalidade violenta, Paulo Rodrigues disse que é "muito importante" haver essa perceção, "apesar de no terreno" se continuarem a utilizar muito as polícias mais especializadas e talvez seja "por causa disso que tenha havido uma redução da criminalidade mais violenta".

"Não podemos esquecer que hoje em dia a PSP tem feito um trabalho extremamente importante no desmantelamento de grupos organizados, nomeadamente através da divisão da investigação criminal e com a ajuda de todos os outros serviços", sustentou.

Adiantou que é um trabalho que a policia "tem reforçado bastante, com muito esforço dos profissionais", muitas vezes sem meios e equipamentos.

Quanto ao aumento da criminalidade geral, disse que as cidades têm crescido a um grande ritmo, como por exemplo o Porto, com "mais comércio, mais negócio, mais movimento", um movimento que não é acompanhado pelo aumento da PSP, que "estagnou em termos de efetivos e em modelo de dispositivos".

"Tendo em conta isso é natural que depois haja consequência. Não quer dizer que o aumento da criminalidade geral tenha a ver só com isso, mas a verdade é que nós olharmos para as esquadras de polícia vemos que muitas das vezes estão em serviço dois ou três elementos, o que tem consequências no patrulhamento normal", sustentou.

Os elementos na GNR, PSP, PJ, SEF e Polícia Marítima diminuíram 1,1% em 2017 em relação ano anterior, sendo a redução mais visível na Polícia Judiciária e Polícia de Segurança Pública.

Segundo o Relatório Anual de Segurança Interna (RASI) de 2017, estas cinco forças e serviços de segurança tinham 45.553 elementos, enquanto em 2016 os polícias totalizavam 46.068.

O RASI, que hoje foi entregue na Assembleia da República, adianta que, em 2017, registou-se uma diminuição de 20,7% de novos formandos em relação a 2016, enquanto o número de elementos que cessaram funções aumentou 20,6% por cento.

No total, saíram 1.575 elementos da GNR, PSP, PJ, SEF e PM em 2017 e ingressaram nestas polícias 808.

Na PSP, que tem 20.271 polícias, saíram 921 agentes e entraram 305.

Sobre a redução de efetivos em 2017, apontada no relatório, Paulo Rodrigues disse que "acaba por ser o que mais se nota no desenquadrar daquilo que é a realidade das cidades e do país" em matéria de segurança e a capacidade de resposta dada às várias ocorrências.

Segundo o RASI, a criminalidade violenta e grave diminuiu 8,7% no ano passado, em relação a 2016, enquanto os crimes gerais aumentaram 3,3%.

O relatório reúne os indicadores de criminalidade registados pela Guarda Nacional Republicana, Polícia de Segurança Pública, Polícia Judiciária, Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, Polícia Marítima, Autoridade de Segurança Alimentar e Económica, Autoridade Tributária e Aduaneira e Polícia Judiciária Militar.

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