Abstrato de Xiomara e 20 anos de Baltazar encerram 42.ª edição
A 42.ª edição do Portugal Fashion terminou hoje no Parque da Cidade, no Porto, com desfiles de Katty Xiomara, com uma coleção que "nasceu do abstrato", e de Nuno Baltazar, que celebra 20 anos de carreira.
© Global Imagens
País Portugal
No último dia do 42.º Portugal Fashion, que para o outono/inverno 2018/19 apostou em apresentar as coleções pela primeira vez numa estrutura amovível do Parque da Cidade do Porto, o evento dividiu-se entre desfiles de 'designers' e de várias marcas.
A apresentação das propostas de Katty Xiomara para as estações mais frias, que arrancou ao som de 'Buena', dos Morphine, foi um dos destaques do último dia, marcada por "uma componente bastante artística".
"Nasce essencialmente do abstrato e, por incrível que pareça, não do pensamento artístico mas do lado social. Mas a coleção não recai na crítica social, mas numa vertente mais artística, e aí o abstrato explode nas peças", comentou à Lusa a criadora, que destacou estampados a partir de pinturas de Pablo Picasso, Joan Miró ou Henri Matisse.
Aliada à "palete de cores extensa" e a criações "muito femininas", uma marca da 'designer', está "a desconstrução e subversão, com peças assimétricas ou quase rasgadas, e muitas camadas que se sobrepõem".
Sobre o momento social e político que serviu de origem, Xiomara destacou "uma certa apatia" e afirmou o meio artístico como espaço para a expressão, "porque há mais liberdade", para trazer uma visão mais otimista para o futuro.
O primeiro desfile do dia coube a Nuno Baltazar, que apresentou "Studio", que aborda a criatividade e o imaginário da pintora portuguesa Paula Rego como forma de olhar para "o princípio", num momento em que assinala 20 anos de carreira.
"A Paula Rego é um tema que há muito povoa o meu imaginário, e estava à espera do momento certo para o abordar. Não sabia muito bem como o ia fazer, e depois percebi que o que queria trabalhar não era a obra, porque respeito demasiado, mas o atelier dela", explicou à Lusa o 'designer'.
Assim, explicou, surgiram "vestidos que projetam a ideia de futuro, constantemente inacabada", que se assemelham a manequins ainda em produção, com anotações para o criador, mas também a "figura do anjo", muito presente no trabalho da pintora e aqui revertido para a figura masculina, que surge "suavizada" num conceito de proteção.
No âmbito da comemoração dos 20 anos de carreira, que começam a ser celebrados em 2018 e se arrastam até ao próximo ano, o criador terá uma nova loja, na baixa do Porto, com abertura prevista "para abril", além de um espaço de venda 'online' e uma "exposição retrospetiva de 20 anos de trabalho".
Ainda durante a tarde, várias marcas do setor do calçado português apresentaram novas coleções, com Ambitious, Fly London, Nobrand, J. Reinaldo, Rufel e The Baron's Cage na 'passerelle' antes das marcas de roupa Concreto, Ana Sousa, Lion of Porches e Dielmar.
O encerramento coube ao 'designer' Diogo Miranda, com uma coleção de alta-costura inspirada no "cristal de um candelabro de família", na qual se destacam "decotes profundos" e "cortes assimétricos", já depois do desfile de Luís Onofre.
Em jeito de balanço, a organização registou, nos quatro dias, uma afluência de "mais de 30 mil pessoas", um crescimento em relação à edição anterior, com vários desfiles com lotação esgotada e um novo espaço, no Porto, que permitiu ter "duas passarelas com capacidade para mil pessoas cada", segundo explicou à Lusa o diretor de comunicação, Rafael Alves da Rocha.
"Também o 'showroom' [espaço associado ao 'lifestyle' e às indústrias criativas], com 70 marcas de vários setores, trouxe um número enorme de clientes e interessados que não precisam de convite para entrar, e registámos uma afluência muito grande", apontou.
Sobre o novo espaço, segundo a organização reforçou "a ousadia de inovar" do evento e os "riscos" que o mesmo acarreta, com o mau tempo a afetar a estrutura no dia de sexta-feira.
A habitual 'casa' do evento no Porto, a Alfândega, estava indisponível por "incompatibilidade de agenda", referiu Rafael Rocha, que considerou ser "ainda prematuro falar sobre o futuro" no que toca à localização da próxima edição.
"Pode passar por fazer uma 'cidade da moda' com outras comodidades e outro conforto, ou optar por voltar à Alfândega", um espaço "extraordinário", ou ainda "um espaço ainda mais inusitado", acrescentou.
Antes de três dias no Porto, de quinta-feira a sábado, o certame arrancou no Terminal de Cruzeiros de Lisboa, a 17 de março, e contou, ao longo de quatro dias, com coleções de Pedro Pedro, Hugo Costa, Luís Buchinho, Miguel Vieira ou Micaela Oliveira, entre outros.
O Portugal Fashion é um projeto da responsabilidade da Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE), desenvolvido em parceria com a Associação Têxtil e Vestuário de Portugal, e é cofinanciado pelo Portugal 2020, no âmbito do Programa Operacional da Competitividade e Internacionalização - Compete 2020, através do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional.
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