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Moreira admite "más escolhas" em caso da junta do Centro Histórico

O presidente da Câmara do Porto disse hoje "assumir por inteiro" as suas "más escolhas", após a oposição lhe atribuir "responsabilidades políticas" no caso da junta do Centro Histórico (CH), liderada por um eleito do seu movimento independente.

Moreira admite "más escolhas" em caso da junta do Centro Histórico
Notícias ao Minuto

15:24 - 21/03/18 por Lusa

País CH

"Não enjeito as decisões que tomo nem as más escolhas que faço. Não tenho problemas com as minhas responsabilidades. Assumo-as por inteiro. Todos cometemos erros", afirmou Rui Moreira na reunião camarária, depois de PS, CDU e PSD insistirem que o independente tem "responsabilidades políticas" sobre as posições do presidente da Junta de Freguesia do CH e o atraso salarial de fevereiro, uma vez que este autarca foi eleito pelo movimento de Rui Moreira.

O Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local e Regional, Empresas Públicas, Concessionários e Afins (STAL) anunciou na segunda-feira que os trabalhadores daquela junta vão fazer greve a 26 de março para exigir o pagamento de salários em atraso mas, contactado pela Lusa, já depois da reunião camarária, o presidente da Junta, António Fonseca, garantiu que "está tudo pago".

Confrontado pelo PS, Rui Moreira começou por afirmar que lhe causou "preocupação o atraso no pagamento dos salários", mas notou que a câmara não se deve "imiscuir nas competências da Assembleia de Freguesia, um órgão autárquico com soberania própria".

"O que se passa na junta do CH é responsabilidade do seu movimento, que no mandato anterior retirou a confiança política a António Fonseca e voltou a dar-lha sem explicações. Passados uns meses, voltam a existir problemas", afirmou o socialista Manuel Pizarro.

E, dirigindo-se a Moreira, acrescentou: "Neste caso, a responsabilidade não é de nenhum partido político. A responsabilidade política é inteiramente sua".

Também o vereador do PSD Álvaro Almeida considerou que "a câmara não pode alhear-se" dos salários em atraso, porque "é um problema demasiado grave".

Ilda Figueiredo, da CDU, notou igualmente "responsabilidades políticas que dizem diretamente respeito" a Rui Moreira.

"O movimento político a que ambos [o presidente da câmara e o da Junta do CH] pertencem dá-lhe essa responsabilidade política", disse a vereadora.

Na sessão, Rui Moreira explicou ainda que "as juntas não são financiadas pelos contratos interadministrativos", cuja verba era, na sexta-feira, reclamada como "indispensável" por António Fonseca para saldar os 50% do ordenado de fevereiro em atraso com os trabalhadores.

"Quando vieram as guias [do Tribunal de Contas - TdC], na sexta-feira, imediatamente a câmara pagou às juntas de freguesia", afirmou o presidente da autarquia.

Quanto à delegação de competências, também reclamada por António Fonseca para impedir o encerramento de creches e ATL, Moreira lembrou que existe um grupo de trabalho representado por todos os partidos, criado para "perceber até onde se pode ir".

O BE revelou na segunda-feira que, juntamente com o PS e a CDU, vai solicitar a convocação de uma Assembleia de Freguesia (AF) extraordinária para apresentar uma moção de censura a António Fonseca.

O presidente da Junta do CH disse na sexta-feira estar a "avaliar" o despedimento dos 25 funcionários das creches e ATL e o encerramento daqueles serviços, caso a câmara não transfira competências que permitam angariar receita.

Numa resposta enviada no mesmo dia à Lusa, a Câmara do Porto vincou que "nada tem a ver com a situação financeira da União de Freguesias", nem se pode nela "imiscuir, sob pena de exceder o seu mandato e cometer ingerência".

Também na sexta-feira, o presidente da União de Freguesias do Centro Histórico do Porto (Cedofeita, São Nicolau, Vitória, Sé, Miragaia e Santo Ildefonso) disse à Lusa que pelas 16:30 já tinha efetuado pagamento "a todos os 79 trabalhadores" os 50% do salário de fevereiro que estavam em falta devido a dificuldades financeiras.

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