Vila do Conde lança petição para debater preço da água
Cidadãos de Vila do Conde estão a organizar uma petição pública para convocar uma assembleia municipal extraordinária destinada a debater o preço do abastecimento de água no concelho, disse hoje Luís Vilela, um dos envolvidos na iniciativa.
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País Cidadãos
O serviço está atualmente concessionado a uma empresa privada, a Indáqua, mas os peticionários esperam que, com esta sua iniciativa, os responsáveis da Câmara Municipal acabem por "rever todo o contrato de concessão".
"Este é um movimento apartidário, que pretende defender os vila-condenses que têm sido sujeitos a sucessivos aumentos na sua fatura da água. Queremos, nessa assembleia municipal extraordinária, que todos os valores sejam revistos", explicou à Lusa Luís Vilela.
O peticionário, que já desempenhou funções de deputado municipal em anteriores mandatos, partilhou que decidiu organizar este movimento por achar que "na sociedade civil não havia ninguém disposto a lutar contra estes aumentos absurdos e que o atual executivo e oposição pouco têm feito para os travar".
"Ainda na última Assembleia Municipal afloraram o tema, mas a discussão foi nula. Além disso, a presidente de Câmara [Elisa Ferraz] disse que teve uma reunião com a empresa, e quando todos pensávamos que os aumentos iam parar, em janeiro a fatura subiu 6%", desabafou Luís Vilela.
O organizador disse compreender "que a Indáqua, como empresa privada, olhe para o lucro", mas aponta que existe "uma cláusula no contrato de concessão em que a Câmara tem de aceitar esses aumentos".
Luís Vilela garante que, em comparação com os concelhos vizinhos da Póvoa de Varzim, cujo sistema é gerido pela autarquia local, e Matosinhos, que está também concessionado à Indáqua, "a disparidade nos preços é evidente".
"Sabemos que o contrato tem de se cumprir, mas esta é uma concessão feita por 40 anos, e se os preços continuarem neste ritmo de aumento será incomportável. Achamos que falta dinamismo ao executivo para tratar do assunto, e estamos dispostos a ajudar inverter esta situação".
O organizador da iniciativa diz que, em Vila do Conde, são precisas 1.440 assinaturas para que seja convocada uma assembleia municipal extraordinária, e vincou que a petição que lidera já conta com mais de três mil subscrições.
"Já estamos habilitados a convocar a assembleia, mas apesar de estarmos bem documentados sobre o tema, estamos a reunir mais alguns elementos, sobre o contrato, que podem vir a ser importantes na discussão", partilhou.
Luís Vilela adiantou, ainda, que a recolha de assinaturas, que começou em fevereiro, deverá prolongar-se até ao final deste mês.
A agência Lusa tentou obter uma reação da presidente da Câmara Municipal de Vila do Conde, Elisa Ferraz, sobre o tema, mas a autarca não quis tecer comentários.
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