“Se ficarmos à espera, a rezar que chova, podemos caminhar para tragédia"
Miguel Sousa Tavares defende que é preciso pensar em políticas de médio e longo prazo para solucionar o problema da seca com base numa perspetiva pessimista.
© Global Imagens
País Seca
Miguel Sousa Tavares defendeu esta segunda-feira a necessidade de se tomar consciência de que precisamos de políticas a médio e longo prazo para fazer face à seca. “Porque de facto o clima alterou-se e não vale a pena continuar sobre um paradigma que não vai existir mais”, afirmou.
O comentador disse que “não cabe tudo ao Governo” e que este “não pode fazer chover”. “Aquilo que o Governo pode fazer no imediato é dar apoios financeiros, a fundo perdido” frisou o escritor, lembrando, contudo, que são soluções a curto prazo.
“Cabe aos portugueses, cabe aos professores nas escolas, aos pais, cabe aos próprios agricultores, aos cientistas, cabe a toda a gente pensar”, prosseguiu, colocando uma questão no ar. “Sabemos que é caríssimo a dessalinização da água do mar, mas quão caro é? A energia solar também era caríssima, hoje em dia está a tornar-se cada vez mais barata”.
Na ótica do comentador, “perante um problema, é preciso ver até que ponto a solução é cara”. “No final de contas vai ser mais caro do que tudo se não tivermos água nas torneiras”, antevê, colocando ainda outra questão: “Vale a pena continuar a fazer regadio intensivo como se está a fazer no Alqueva?”
“Temos que pensar que tipo de cultura vamos fazer para a água que vamos ter, não é que temos hoje, nem a que tivemos ontem, é a que vamos ter amanhã”, comenta ainda, sublinhando que tudo tem que ser pensado com base numa perspetiva pessimista. Depois, “se as coisas correrem melhor do que estamos à espera, ótimo. Agora ficarmos à espera, a rezar que chova, numa perspetiva otimista podemos caminhar para uma tragédia”, rematou.
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