"Quase dois terços dos portugueses pensam que os passageiros acima do peso, deveriam ocupar outros assentos nos aviões” e ainda que “deveriam ser obrigados a pagar um extra por terem assentos com mais espaço”. A conclusão é de um estudo realizado pela Jetcost

Para esta pesquisa foram analisadas diversas situações de voo e aquilo que mais “irrita” os passageiros no momento de realizar uma viagem. “Desde passageiros que não fazem mais que pressionar com os joelhos as costas dos assentos, outros que passam a viagem com o assento reclinado, crianças a chorar ou passageiros que não colaboram e não param de protestar, são alguns dos motivos que acabam por tornar uma viagem algo insuportável”, mas nenhum tão preocupante quanto as pessoas com excesso de peso.

O estudo em causa abrangeu 3 mil pessoas, 500 de cada nacionalidade (ingleses, espanhóis, italianos, alemães, portugueses e franceses), com mais de 18 anos e que tenham viajado pelo menos uma vez nos últimos dois anos.

Inicialmente, perguntou-se aos passageiros “se alguma vez durante um voo aconteceu algo que tenha tornado o mesmo insuportável, tendo a ver com comportamento inconveniente ou irritante, por parte de algum companheiro de viagem”. Aos que responderam que sim, foi-lhes pedido que especificassem o momento e entre as respostas mais comuns estão:

1. O passageiro da frente teve as costas do seu assento reclinado durante todo o voo (42%);
2. Uma criança não parou de gritar ou de chorar (35%);
3. Um ou mais passageiros não pararam de protestar e não colaboravam com os assistentes de voo (31%);
4. O passageiro sentado ao meu lado tinha excesso de peso e ocupou parte do meu espaço (28%);
5. O passageiro atrás de mim não deixou de pressionar com os joelhos as costas do meu assento (14%);

“Na tentativa de aprofundar um pouco mais como os portugueses convivem com a situação de ter sentado ao seu lado uma pessoa com sobrepeso, à pergunta responderam que a viagem foi desconfortável por esse motivo, e que para aliviar essa contrariedade, 39% disseram que não fizeram nada, 24% disseram que ocuparam o lugar de descanso do braço para recuperar o seu espaço, enquanto 22% falaram com os assistentes de bordo para pedir uma mudança de assento. Entre estes, apenas 16% conseguiram uma mudança de assento, pois não haviam lugares disponíveis para todos”, explica o comunicado. Para finalizar, foi-lhes perguntado se “achavam que um passageiro com excesso de peso, deve ter uma área especial no avião com assentos mais em conformidade com o seu tamanho, tendo 64% deles dito que sim”.

“Além disso, quando foi perguntado se pensavam que estes deveriam pagar mais para ter um assento com mais espaço, 77% responderam que sim”, realça o relatório.

Os britânicos e os franceses são os que mais defendem que deve haver uma taxa, com 79 e 72%, respetivamente. Seguem-se os portugueses, italianos (61%), espanhóis (56%) e alemães (32%). Em termos de resultados a nível europeu, os britânicos e os franceses são os europeus que querem assentos com mais espaço para as pessoas com sobrepeso, talvez porque nesses países a taxa de obesos é maior do que em países onde predomina a dieta mediterrânica, como Itália, Espanha ou Portugal: “Ter poucos assentos com mais espaço numa parte do avião para pessoas com excesso de peso não é um ato de discriminação. Trata-se de tornar o voo mais confortável para todos, uma vez que nem toda a gente tem a sorte de caber em lugares de tamanho standard. O debate é sobre se deve pagar mais ou não, ao usar esses lugares”, frisa um porta-voz da Jetcost.