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Conselho de Supervisão da ADSE contra hospital próprio

O Conselho Geral de Supervisão (CGS) da ADSE considera que um hospital próprio desta entidade poderá ter "consequências muito gravosas em termos de sustentabilidade", segundo um parecer hoje tornado público.

Conselho de Supervisão da ADSE contra hospital próprio
Notícias ao Minuto

21:58 - 16/02/18 por Lusa

País Carreira

O CGS reuniu-se na quinta-feira, mas só hoje divulgou dois pareceres, um deles sobre o Plano Estratégico para os próximos três anos, que quer ver reformulado.

No parecer, o CGS refere-se ao alargamento da atividade para a prestação de cuidados de saúde dos beneficiários da ADSE, o Instituto de Proteção e Assistência na Doença, que sucedeu à Direção-Geral de Proteção Social aos Trabalhadores em Funções Públicas.

Afirmando que "a liberdade de escolha deve assentar no beneficiário e não na ADSE", o CGS acrescenta que "o beneficiário deve ter a possibilidade de escolher o seu médico ou entidade prestadora de cuidados de saúde, pelo que se impõe o alargamento do universo de prestadores convencionados".

O CGS "manifesta a sua frontal discordância com a possibilidade da ADSE prestar diretamente cuidados de saúde em unidades cuja gestão fique sobre o controlo da ADSE ou mesmo através da construção e gestão de unidades próprias de prestação de cuidados de saúde", diz-se no parecer, no qual se lembra que também o ministro da Saúde rejeitou essa possibilidade em novembro do ano passado.

O CGS é composto por representantes dos beneficiários (quatro), dos Ministérios das Finanças e da Saúde (três cada) e por representantes de sindicatos, de aposentados e das associações de municípios e de freguesias.

O Plano Estratégico da ADSE para 2018-2020 foi enviado ao CGS no mês passado. No documento hoje divulgado, o Conselho diz que nele faz falta uma garantia de sustentabilidade do subsistema de saúde ADSE, refletida numa "programação financeira plurianual" e dá um exemplo: "o Plano prevê investimento em sistemas de informação mas não apresenta estimativas de custo".

Depois, o parecer sugere que se conheça melhor a previsão de receita e de despesa para os próximos três anos, salienta que é o beneficiário o elemento central da existência da ADSE, sendo quem financia a organização (devendo alargar-se o universo dos beneficiários) e diz não ser aceitável aumentar a atual taxa de desconto de 3,5%.

Com muitos reparos ao Plano Estratégico, o CGS salienta que os beneficiários devem ser a base de toda a atuação da ADSE e que deve haver garantias de sustentabilidade, acrescentando que "a proposta do Plano Estratégico 2018-2020 deve ser reformulada".

O CGS pede também que seja apresentada uma proposta de decreto-lei sobre o acesso à ADSE de trabalhadores que neste momento não a têm, que anularam a adesão ou querem voltar, ou que deixaram passar os prazos de inscrição.

Na semana passada, o presidente do CGS, João Proença, garantiu que a instituição está "sólida financeiramente", mas admitiu que a sua sustentabilidade nas próximas décadas exige "muito maior rigor" e uma "grande preocupação com os beneficiários".

A 26 de janeiro deste ano, o ministro da Saúde classificou de "disparate" um eventual fim da ADSE e disse que a hipótese de os hospitais privados atenderem os beneficiários nas mesmas condições, mas fora da convenção, não passa de uma "tática negocial".

O ministro falava a propósito da nova tabela de preços com que a ADSE pretende pagar os serviços prestados pelos prestadores convencionados, a qual os privados consideraram "incomportável".

Em entrevista à agência Lusa, o presidente da Associação Portuguesa de Hospitalização Privada (APHP), Óscar Gaspar, tinha dito que estas unidades de saúde estão a estudar uma forma de os beneficiários da ADSE continuarem a ter acesso aos serviços, nas mesmas condições, mas sem ser através do subsistema de saúde dos funcionários públicos.

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