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Grândola, a biblioteca da discórdia e a "esperança" que (ainda) resta

A população tem mostrado o seu desagrado em relação à requalificação da biblioteca municipal, mas tudo indica que as obras irão avançar em breve.

Grândola, a biblioteca da discórdia e a "esperança" que (ainda) resta
Notícias ao Minuto

07:00 - 17/02/18 por Inês André de Figueiredo

País Movimento

O caso da biblioteca de Grândola, conhecida como Casa Barahona, continua a dar que falar. A proposta de reabilitação está aprovada e as obras devem começar em breve, mas a população tem feito um ‘braço de ferro’ com a Câmara Municipal para que se repense a questão.

Em causa não está a reabilitação da biblioteca - que a população concorda que deve ser feita, até porque reconhece que “é necessária, sobretudo porque o edifício que existe atualmente tem problemas de acessibilidade” -, mas a forma como está pensada.

O edifício será completamente alterado e João Sobral, porta-voz do movimento, explica ao Notícias ao Minuto que “para criar acessibilidades não é preciso descaracterizar o edifício e demoli-lo em grande parte”, principalmente porque a atual biblioteca tem “espaço livre para criar acessibilidades e expandir o edifício”.

“O que se passa é que aquele edifício tem 28 anos, está em muito bom estado de conservação e, digo 28 anos, porque apesar de ser um edifício antigo, foi totalmente reconstruído em 1989. Entendemos que, por aquilo que significa para a vida de Grândola, é um símbolo de centro tradicional da vila que não gostaríamos que desaparecesse”, recorda.

Notícias ao MinutoAtual biblioteca de Grândola - Casa Barahona© DR

Até ao momento, “as obras ainda não avançaram”, a biblioteca está a funcionar num espaço provisório e João Sobral acredita que o compasso de espera terá a ver com uma participação que foi entregue ao Ministério Público e onde são reportadas “várias potenciais irregularidades no processo”. “Sabemos que o processo de inquérito está a decorrer e é possível que haja aqui um compasso de espera”, justifica.

O porta-voz do movimento realça que existem irregularidades apresentadas pelo grupo. “A Câmara está a candidatar-se a uma linha de financiamento que é dirigida a edifícios com mais de 30 anos e [no que toca] à descaracterização total da fachada, de acordo com o aconselhamento jurídico que obtivemos, pensamos que não é possível através da linha de financiamento descaracterizar por completo a fachada do edifício que lá está”, refere.

Notícias ao MinutoProjeto da nova biblioteca municipal© DR

Apesar de parecer difícil existir um volte-face, a esperança ainda resta esperança à população e João Sobral dá a cara por esse sentimento. “Tenho esperança de que a Câmara reconsidere esta decisão e que venha a tomar uma solução de maior qualidade, porque o que está em causa também é que o projeto que está reservado para aquele espaço tem uma qualidade muito baixa”, assegura.

O grupo de cidadãos continua, desta forma, a tentar impedir a destruição da biblioteca, mesmo com os livros já num local provisório e as obras prontas a avançar.

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