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A que se deve esta crise sísmica nos Açores? Presidente do IPMA explica

O presidente do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) explicou hoje que os Açores são alvo de crises sísmicas com alguma regularidade estando na sua origem uma interação entre os sistemas vulcânicos e tectónicos.

A que se deve esta crise sísmica nos Açores? Presidente do IPMA explica
Notícias ao Minuto

11:32 - 12/02/18 por Lusa

País Miguel Miranda

"Os Açores são alvo de crises sísmicas com alguma regularidade e que são semelhantes às que estão a ocorrer hoje. Na origem desta crise sísmica está a interação entre os sistemas vulcânicos e os sistemas tectónicos da ilha.

De acordo com o presidente do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), as ilhas dos Açores estão localizadas numa zona particularmente ativas.

"É uma fronteira de placa reconhecida e tem uma velocidade de extensão entre os 4 e os 5 milímetros por ano. Todos os anos existe um bocadinho mais de extensão, o que leva a uma interação entre os sistemas vulcânicos e tectónicos que dão origem a uma libertação de energia sobre a forma de pequenos sismos, que podem não ser pequenos", disse.

Miguel Miranda explicou que a região do Congro é das regiões mais ativas dos Açores e a mais ativa de São Miguel.

"Existem condições do ponto de vista geológico que conduzem a este tipo de situações. No IPMA fazemos a vigilância sismológica e os nossos colegas da Universidade dos Açores fazem a vigilância geoquímica e cronológica. Só quando pudermos juntar todos os dados de um lado e do outro é que vamos ter uma avaliação mais realista do que se está a passar. Estamos todos em contacto e a trabalhar", sublinhou.

O geofísico destacou também que ainda é difícil dizer com certeza quantos abalos foram sentidos e as magnitudes, sendo previsível dados mais concretos dentro de dias.

Miguel Miranda disse também à Lusa que a crise sísmica "ainda agora começou, salientando que para já não é possível prever se vai haver abalos com maior intensidade nos Açores.

"Para já não é previsível saber se vamos ter sismos mais importantes ou não. É preciso que estejamos preparados para todos os acontecimentos que possam ocorrer. A proteção civil regional tem sido bastante clara sobre os aconselhamentos que dá a população e é muito importante que as pessoas sigam estritamente o que os serviços estão a emitir", disse à Lusa Miguel Miranda.

O responsável recomendou ainda às populações que estejam informados e sigam os conselhos do Serviço Regional de Proteção Civil.

"Volto a sublinhar que nunca é demais dizer às populações para seguirem as indicações da proteção civil regional (...). É preciso atuar como se o risco fosse sempre muito importante", destacou.

"É provável que tenhamos novos sismos sentidos pela população"

Centenas de sismos com magnitude entre 1,9 e 3,6 na escala de Richter foram registados desde as 00h47 de hoje na ilha de São Miguel, Açores, mantendo-se uma atividade sísmica acima dos valores de referência.

Em comunicado, o Centro de Informação e Vigilância Sismovulcânica dos Açores (CIVISA) adianta que desde as 23h47 de domingo (00h47 de hoje em Lisboa) foram registadas várias centenas de microssismos com epicentro entre as lagoas do Fogo e das Furnas, na sua maioria de magnitude inferior a 3 na escala de Richter.

"Na generalidade, os eventos têm sido sentidos numa faixa entre Água de Pau e Povoação, a sul, e Rabo de Peixe e Fenais da Ajuda, a norte", revela o CIVISA, acrescentando estar a acompanhar o evoluir da atividade.

O responsável pelo CIVISA, João Luís Gaspar, alterou também para o facto de que "é provável que tenhamos novos sismos sentidos pela população".

Refira-se, contudo, que de acordo com o responsável pela Proteção Civil da região, o Tenente Coronel Carlos Neves, a frequência da atividade sísmica baixou discretamente ao início da tarde desta segunda-feira.

[Notícia atualizada às 14h20]

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