Poluição no Tejo: ETAR de Abrantes não se encontrava a cumprir parâmetros
Resultados da Celtejo serão conhecidos apenas para a semana.
© Reprodução Facebook
País Ambiente
O inspetor-geral do Ambiente Nuno Banza revelou esta segunda-feira, em conferência de imprensa, os resultados das análises à recolha de água de duas ETAR (Estações de Tratamento de Águas Redisuais), a de Abrantes e a de Mação, e duas unidades industriais, a Paper Prime e a Navigator. As amostras dizem respeito à recolha no período de 30 para 31 de janeiro.
Comparando os valores obtidos com os valores a cumprir por cada uma destas unidades, verificou-se que a ETAR de Abrantes “não se encontrava a cumprir os parâmetros a que estava obrigada”, revelaram as análises, “sendo que esse incumprimento se verificou nos parâmetros sólidos suspensos totais, cujo limite fixado é de 35 mg por litro e a amostra revelou uma concentração de 55; na carência bioquímica de oxigénio, o limite é 25 mg/l, e a amostra revelou 33 mg/l, e na carência química de oxigénio, o limite é 125mg/l e a amostra mostrou 143 mg/l", detalhou Nuno Banza.
Contudo, notou o inspetor-geral, “apesar de a ETAR de Abrantes não estar a cumprir os parâmetros a que estava obrigada, é tecnicamente muito improvável que esta referência de incumprimento tivesse capacidade para gerar aquele episódio [de poluição]”.
No que toca à Celtejo, devido a uma falha na recolha das amostras nesse período, os resultados deverão ser conhecidas apenas para a semana. Nesta empresa de celulose, explicou, o coletor automático não recolheu o líquido por razões que a Inspeção Geral do Ambiente desconhece, tendo, na terceira tentativa, sido pedido o apoio da GNR.
“Durante 24 horas o coletor funcionou, no entanto apenas recolheu alguma espuma e muito pouco líquido. Face às circunstâncias, decidimos colocar lá três inspetores em permanência, durante 24 horas, que recolheram manualmente as 24 amostras para cumprir a amostra composta”, adiantou, justificando, assim, o atraso dos resultados das amostras da Celtejo.
Quanto às restantes unidades, as amostras indicaram que estavam a cumprir todos os parâmetros. "Apesar de a ETAR de Vila Velha de Rodão ter sido inicialmente sinalizada, a recolha de informação revelou que a sua contribuição, quer em termos de caudal, quer em termos de carga orgânica não tem qualquer expressão", referiu Nuno Banza.
Assegurando que o incumprimento da ETAR de Abrantes não é expressivo, o inspetor-geral da IGAMAOT explicou que, em termos de contribuição para o caudal, é de aproximadamente 15% e, de carga orgânica, situa-se na ordem dos 5%.
Sobre a contribuição para o caudal, a Celtejo é a mais representativa com 70,82%, seguindo-se a ETAR de Abrantes (15,3%), a Navigator (6,85%), a Paper Prime (3,30%), a ETAR de Mação (2,77%) e a ETAR de Vila Velha de Rodão (0,96%).
Relativamente à carga orgânica, a Celtejo tem 89,81%, seguindo-se a ETAR de Abrantes (5,2%), a Navigator (2,73%), a ETAR de Mação (1,09%), a Paper Prime (1,04%) e a ETAR de Vila Velha de Rodão (0,32%).
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