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"A vida política portuguesa no último ano parece uma montanha russa"

O Presidente da República comparou hoje a vida política portuguesa no último ano a uma montanha russa, numa conversa com alunos do secundário, e rejeitou que a maioria dos políticos em Portugal seja mentirosa ou corrupta.

"A vida política portuguesa no último ano parece uma montanha russa"
Notícias ao Minuto

17:18 - 24/01/18 por Lusa

País Rebelo de Sousa

"Olhem para a vida política portuguesa no último ano, parece uma montanha russa, de coisas boas, coisas menos boas", declarou Marcelo Rebelo de Sousa, na Escola Secundária de Camarate, no concelho de Loures, que visitou no dia em que se completam dois anos da sua eleição e onde esteve perto de duas horas.

O chefe de Estado falou com os alunos, sobretudo, sobre o exercício de funções políticas, mas também houve quem o questionasse sobre outros temas, como uma jovem que disse ser "conhecida por fazer as piores perguntas em sala de aula" e que quis conhecer a sua opinião sobre o programa da SIC "Supernanny", que tem causado polémica pela exposição de crianças supostamente com problemas de disciplina.

"Eu já vi, uma vez, eu tenho opinião sobre a matéria e eu acho que o Presidente da República não deve dizer opinião sobre programas específicos de televisão. Não deve. Pode ser que mude de opinião no futuro e ache que me deva pronunciar, mas neste momento essa é a minha posição", retorquiu Marcelo Rebelo de Sousa.

O Presidente da República explicou que a sua opinião reflete "o ter sido professor, o ter vivido o mundo mediático e tê-lo conhecido por dentro, bem", mas não quis partilhá-la: "Acho que seria mau para o cargo presidencial que eu tenho de servir se neste momento estivesse a opinar sobre esse específico programa".

Em seguida, outra jovem perguntou-lhe se "para ser um político, como toda a gente diz, é preciso ser mentiroso", e Marcelo Rebelo de Sousa respondeu prontamente que "não, não, não, não", referindo que ao longo da vida conheceu milhares de políticos, nos mais diversos níveis de poder.

"A maioria esmagadora dos que conheci não era mentirosa. É como a ideia de que a maioria dos políticos é corrupta. Em Portugal, isso não é verdade. Eu não me pronuncio sobre outros países, seria indelicado, mas em Portugal não é verdade, daquilo que eu conheço", acrescentou.

No seu entender, "há um problema de desfasamento, na cabeça de algumas pessoas - felizmente, não de todas, não da maioria dos portugueses - entre a realidade e a visão que há da realidade, generalizando situações que não podem ser generalizadas".

Durante esta aula informal, o chefe de Estado reiterou que "Portugal está a mudar para melhor", mas que é preciso "ir mais depressa e melhor" e "não tapar o dedo com o sol".

Marcelo Rebelo de Sousa começou por desafiar os estudantes do ensino secundário a apontarem os principais problemas do país, e estes indicaram a falta de informação, a justiça lenta, os tempos de espera na saúde, a emigração, o desemprego, a desigualdade salarial entre homens e mulheres e o ordenamento das florestas.

Seguiu-se um período de questões ao chefe de Estado, durante o qual os alunos abordaram temas como a participação cívica, os valores que devem ter os governantes, o desemprego jovem, o racismo, a violência doméstica, e perguntaram ao Presidente como gostaria de ser lembrado.

Marcelo Rebelo de Sousa disse que gostaria de ser lembrado, "primeiro, ter sido um bom pai e um bom avô" e, "em segundo lugar, por ter sido um bom professor", completando: "Depois, sendo caso disso, ter cumprido a missão, nomeadamente, esta missão, o melhor que tinha podido. Se for estes três, já não é mau".

A propósito da participação cívica, o Presidente da República considerou que "a política tem dificuldade em acompanhar o tempo da comunicação" e que isso é mal compreendido, em particular, pelos mais cidadãos jovens.

No entanto, também advertiu para a tomada de decisões precipitadas nas redes sociais: "Uma solução errada é começar a decidir por Twitter. É começar a decidir, eu não estou a dizer manifestar opiniões, não estou a falar de ninguém".

Neste contexto, Marcelo Rebelo de Sousa comparou a vida política portuguesa no último ano a "uma montanha russa, de coisas boas, coisas menos boas", mas não desenvolveu a ideia, falando somente no caso dos incêndios.

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