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Projeto para ajudar portugueses em Londres recebe financiamento britânico

Um grupo de médicos e organizações sem fins lucrativos para a área da educação, cultura ou apoio social que trabalha com a comunidade portuguesa em Londres recebeu um fundo de 335 mil libras (380 mil euros) para desenvolver a atividade.

Projeto para ajudar portugueses em Londres recebe financiamento britânico
Notícias ao Minuto

09:05 - 22/01/18 por Lusa

País Inglaterra

O financiamento, para os próximos dois anos, foi concedido pela Fundação Guy's & St Thomas Charity, associada aos hospitais públicos de Guy's e St. Thomas, que servem a comunidade portuguesa residente no sul da capital britânica, sobretudo no município de Lambeth.

A Lambeth Portuguese Community Wellbeing Partnership (LPCWP) [Associação para o Bem Estar da Comunidade Portuguesa de Lambeth] foi formada na sequência de um projeto iniciado pelo médico britânico Vikesh Sharma após abrir atividade num centro de saúde perto de Stockwell, o bairro chamado "Little Portugal".

Na área vivem mais de 30 mil portugueses, a maioria imigrantes que chegaram nos anos 1970 e 1980 do continente e da ilha da Madeira sem muitas qualificações e que mantêm dificuldade em comunicar em inglês.

As barreiras linguística e cultural acabam por desencorajar o uso dos serviços de saúde britânicos, agravando problemas como diabetes e doenças cardiovasculares.

Depois de, juntamente com o português Cristiano Figueiredo, ter iniciado em 2015 a tradução de folhetos e iniciado uma aproximação à comunidade portuguesa, Vikesh Sharma continuou a desenvolver o projeto.

O objetivo é informar os portugueses sobre os diferentes serviços de saúde britânicos e o seu funcionamento e ajudar a resolver problemas como alcoolismo, saúde mental, isolamento ou violência doméstica.

No passado mês de novembro, a LPCWP organizou em Stockwell um magusto onde estavam presentes profissionais de saúde, associações culturais e representantes de organizações oficiais e não-governamentais para promover boas práticas de saúde.

Entre estas estavam as organizações Respeito, Native Scientist, Luso Academy, o consulado-geral de Portugal em Londres, o Centro Desportivo e Cultural Português e a Polícia Metropolitana.

O evento aberto ao público que celebrou o Dia de São Martinho mobilizou 360 pessoas e mais de uma centena de outros participantes, a maioria voluntários e empresas, que ofereceram conselhos e realizaram atividades, em paralelo à animação cultural e gastronómica.

Para o médico Vikesh Sharma, o dinheiro disponibilizado pela Fundação Guys & St Thomas Charity vai permitir aprofundar o "trabalho e visão" desenvolvidos nos últimos dois anos.

"Acreditamos que, para realmente capacitar os indivíduos, para melhorar o seu bem-estar, para evitar que se fiquem mal, temos que criar uma nova maneira de proporcionar cuidados holísticos. Uma forma que envolve especialistas de todas as áreas - saúde, educação, habitação, organizações voluntárias, etc", explicou à agência Lusa.

O importante, vincou, é que a comunidade portuguesa esteja envolvida, pelo que pretende mais parcerias com outras organizações lusófonas.

"Esperamos providenciar um novo espaço sustentável na comunidade onde as pessoas possam encontrar o bem-estar", declarou Sharma.

A Fundação Guy's e St Thomas Charity, que tem como principal objetivo melhorar a saúde dos residentes das áreas de Lambeth e Southwark, este apoio insere-se numa estratégia lançada recentemente para compreender melhor as causas de problemas de saúde como, por exemplo, a obesidade infantil, e procurar identificar possíveis soluções.

"Estamos focados em abordar alguns dos problemas de saúde mais complexos que afetam pessoas que vivem em comunidades urbanas, diversificadas e desfavorecidas", disse o diretor de Programa, Michael Wright, à Lusa.

O apoio à LPCWP poderá ajudar a conhecer melhor a comunidade portuguesa, as suas necessidades específicas e perceber as melhores formas de a ajudar.

"Com o tempo, esperamos que, trabalhando em parceria com a comunidade, possamos começar a melhorar a saúde das pessoas que vivem com várias doenças crónicas e depois partilhar o que aprendemos com outros", concluiu.

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