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Santa Casa pode ser "motor" da criação do grande banco da economia social

O provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML), Edmundo Martinho, disse hoje que a instituição que lidera pode ser "o motor" da criação de uma "grande entidade bancária" da economia social em Portugal.

Santa Casa pode ser "motor" da criação do grande banco da economia social
Notícias ao Minuto

14:50 - 10/01/18 por Lusa

País Provedor

Edmundo Martinho, que esteve hoje a ser ouvido pelos deputados da Comissão de Trabalho e Segurança Social sobre a eventual entrada da SCML no capital da Caixa Económica Montepio Geral (CEMG), defendeu que, "a prazo, os grandes blocos de economia social devem convergir e trabalhar em conjunto" e defendeu que caso a Santa Casa venha a entrar no capital do Montepio irá trabalhar "para o reforço dessa possibilidade".

"A Santa Casa pode ser o motor desta convergência, que se crie uma grande entidade bancária detida por entidades de economia social", afirmou.

Em Portugal, as instituições financeiras mais dedicadas ao setor da economia social são a CEMG e o Crédito Agrícola.

Edmundo Martinho falou da vontade de ajudar à criação de uma grande entidade bancária da economia social depois de deputados terem questionado porque a SCML não equaciona uma parceria com o grupo Crédito Agrícola.

O provedor explicou que o Crédito Agrícola é distinto de outras entidades bancárias pela sua forma de organização, em que cada uma das cerca de 80 Caixa de Crédito Agrícola é autónoma, servindo a Caixa Central para orientar e supervisionar a ação de cada uma, pelo que "não há possibilidade de parceria com a Caixa Central".

Apesar de ter manifestado a vontade de a SCML contribuir para criar um grande banco da economia social, Edmundo Martinho disse hoje que ainda decorre o processo de avaliação do Montepio para saber se a Santa Casa investirá, ou não, afirmando esperar que decisão seja tomada nas próximas semanas.

A imprensa tem adiantado que a SCML poderá entrar com 200 milhões de euros em troca de uma participação de 10% na CEMG, o que valoriza o banco em cerca de 2.000 milhões de euros.

Edmundo Martinho disse hoje que este valor não está definido e que o que há é a definição de um limite máximo de participação da SCML no setor financeiro, que advém de um parecer interno feito quando houve um estudo para eventual investimento no Novo Banco.

O provedor da Santa Casa (que sucedeu a Santana Lopes, que deixou o cargo para se candidatar a líder do PSD) afirmou ainda que que a instituição tem um histórico de intervenção no setor financeiro e que a eventual entrada no banco Montepio não seria uma situação nova, em resposta a críticas que têm sido feitas por várias personalidades.

Questionado sobre a existência de pressões do Governo para a SCML entrar no Montepio, o ex-presidente do Instituto de Segurança entre 2005 e 2011, nos Governos PS, disse que à direção da SCML foi "suscitada" a avaliação desse investimento, mas sem pressões.

A audição do provedor da SCML, que hoje decorreu no parlamento, foi pedida por unanimidade entre todos os grupos parlamentares, após requerimento do CDS-PP.

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