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No adeus a 2017, vale lembrar para não esquecer o que abalou Portugal

O ano que agora termina foi intenso. Apesar das boas notícias económicas, os portugueses sentiram na pele o desespero, o pânico, o medo e a morte. Os incêndios foram o marco deste ano pelas piores razões, mas nem só de aspetos negativos se viveu 2017. Os pastorinhos foram canonizados, Salvador Sobral trouxe para Portugal o primeiro troféu da Eurovisão e foi dado o 'sim' a uma avó que quer dar à luz o neto.

No adeus a 2017, vale lembrar para não esquecer o que abalou Portugal
Notícias ao Minuto

08:36 - 31/12/17 por Filipa Matias Pereira , Goreti Pera e Patrícia Martins Carvalho

País 2017 em Revista

Mais um ano que chega ao fim. Em algumas horas diremos adeus a 2017 e brindar-se-á a um novo ano. Esta é então a altura de fazer uma retrospetiva para dar as boas-vindas a 2018. E como 'recordar é viver', o Notícias ao Minuto reuniu os factos que marcaram o país. Um ano de 'milagres', um ano de tragédias, um ano que ficará indubitavelmente marcado pelas vidas que se perderam na sequência dos incêndios que, durante dias a fio, lavraram em território nacional. 

Para António Barreto, cientista social, político e cronista português,  2017 "foi um ano paradoxal". Se, "por um lado alguns aspetos relacionados com a política e a economia correram bem", por outro "foi um ano particularmente rico em desastres". 

Dos aspetos positivos, o Barreto destaca "o emprego, o crescimento, o investimento e o aumento da exportação". A evolução destes domínios, acredita, "foram motivados pela atuação do anterior governo, pela performance do turismo e pelo crescimento na Europa". 

Mas este não foi apenas um ano de 'aplausos'. "Houve o desastre de Tancos", que, por mais que se "tente esquecer, é uma situação gravíssima e deixa qualquer pessoa perplexa e apreensiva". Para António Barreto, deste caso fica apenas a "esperança" de que um dia se saiba o que aconteceu, mas reconhece que "será difícil". 

Ao tecer uma retrospetiva de 2017 conclui-se que "as instituições estão em crise". "Os incêndios de Pedrógão Grande e de 15 de outubro aconteceram  num curto período de tempo". Mas para o cientista social, a importância destes factos não pode fazer com que "nos esqueçamos de que há ainda o  processo Marquês, o caso Espírito Santo e o BPN. Tudo isto está em xeque. As instituições nacionais [Governo, Parlamento, juízes, Presidente da República] têm de dar alguma verdade à população, têm de descobrir alguns mistérios e de castigar alguns criminosos para que continuemos a poder viver em paz".

Em suma, na justiça, na saúde e na educação estes são os marcos que ficarão, certamente, gravados na memória coletiva. 

13 de maio, o dia de todos os milagres

Notícias ao MinutoSalvador Sobral ganhou o Festival Eurovisão da Canção© Getty Images

Para quem é religioso esta é uma data importante e maior importância teve este ano uma vez que o Papa Francisco visitou o nosso país a propósito da celebração do centenário das Aparições de Fátima. Mas não só. O Sumo Pontífice – o quarto a viajar até Portugal – canonizou ainda os pastorinhos Francisco e Jacinta perante os milhares de fiéis que se deslocaram a Fátima.

Mas o Papa não foi o único protagonista deste 13 de maio. Salvador Sobral tornou-se no mais recente herói nacional ao trazer para Portugal, pela primeira vez na história, o troféu do Festival Eurovisão da Canção. ‘Amar pelos Dois’ foi cantada pelo artista que recupera agora no hospital depois de um transplante cardíaco, mas foi escrita pela sua irmã e também cantora Luísa Sobral.

E porque não há duas sem três, também neste sábado, 13 de maio, alguns portugueses tiveram mais uma razão para festejar: o Benfica conquistou o primeiro tetracampeonato da sua história.

Não chove nem há (muita) água armazenada. Bombeiros enchem as torneiras da população

Notícias ao MinutoOutono foi o mais seco dos últimos 45 anos © iStock

A falta de precipitação deixou metade do país (51%) em seca extrema - 3% estava ainda em seca moderada e 46% em seca severa. Novembro foi o oitavo mês que, de forma consecutiva, apresentou valores de precipitação inferiores ao normal. Aliás, o outono foi mesmo o mais seco dos últimos 45 anos e o valor médio da temperatura máxima do ar foi, este ano, o mais alto dos últimos 86 anos.

Face a esta situação, pastos e culturas agrícolas foram prejudicadas, como foi o caso dos cereais, das plantas forrageiras e do azeite. As vindimas no Douro tiveram de ser antecipadas para agosto e no Alentejo instalou-se a preocupação com a qualidade e a quantidade de cortiça a retirar na próxima campanha. A seca colocou ainda em risco os queijos da Serra e de Azeitão.

A falta de precipitação levou a uma diminuição da água armazenada nas barragens e obrigou as autarquias mais afetadas a reduzirem a rega e a lavagem de espaços públicos. Em alguns municípios dos distritos de Bragança, Évora e Beja, os bombeiros tiveram de abastecer as populações devido à falta de água nas torneiras.

Da união da Fenprof e da FNE ao frango cru e às lagartas no arroz

A Fenprof e a FNE uniram-se numa grande manifestação a nível nacional com o objetivo de lutar pelos direitos dos professores, nomeadamente pelo descongelamento das carreiras e pela contagem do tempo de serviço. Também os funcionários das escolas fizeram greve por uma carreira especial e por mais recursos humanos. Os protestos chegaram também aos estudantes universitários, aos investigadores, cientistas e até ao ensino artístico.

A polémica das refeições sem qualidade servidas nas cantinas das escolas públicas também dominou a discussão pública depois de terem sido publicadas fotografias que mostravam as refeições servidas aos alunos. Num dos casos foi servido frango cru e noutra cantina o arroz tinha lagartas.

Os protestos da Função Pública

A Função Pública levou a cabo duas grandes greves nacionais. A primeira a 26 de maio e a segunda a 27 de outubro. Em ambos os protestos se exigiu o aumento dos salários e a reposição das 35 horas de trabalho.

O adeus de Francisco George depois do sarampo, da hepatite A e da legionella (outra vez)

Notícias ao MinutoFrancisco George deixou a Direção-Geral de Saúde ao fim de 14 anos© Blas Manuel

Este ano ficou marcado pelo ressurgimento epidémico do sarampo que se ficou a dever ao facto de haver pessoas que não são vacinadas. Em quatro meses houve mais casos do que aqueles que se registaram numa década. Uma jovem de 17 anos que não era vacinada contra o sarampo morreu e outras 14 pessoas chegaram a ser internadas. O último balanço das autoridades indicava a existência de 29 casos de sarampo em Portugal – 66% dizia respeito a pessoas não vacinadas, o que levou à discussão pública a obrigatoriedade de os pais vacinarem as crianças.

Este ano houve também um aumento do número de casos confirmados de Hepatite A (505). De acordo com os responsáveis, 85% dos infetados eram homens que apresentavam comportamentos sexuais de risco.

Depois de, em 2014, um surto de legionella ter afetado o concelho de Vila Franca de Xira e ter culminando na morte de 12 pessoas, este ano voltaram a morrer pessoas na sequência de um novo surto que, desta vez, se desenvolveu no Hospital São Francisco Xavier, em Lisboa. Nesta senda, 56 pessoas foram infetadas e seis morreram.

Também na Saúde se realizaram greves. Dos médicos, dos enfermeiros especialistas em saúde materna e obstetrícia, dos profissionais das terapias não convencionais e ainda dos técnicos de diagnóstico e terapêutica que exigiam a criação de uma carreira profissional.

Tudo isto no ano em que Francisco George se reformou e deixou a Direção-Geral de Saúde ao fim de 14 anos. Atualmente é presidente da Cruz Vermelha Portuguesa.

Porto perde a Agência Europeia do Medicamento e Lisboa o Infarmed

O Governo queria a Agência Europeia do Medicamento em Lisboa, mas Rui Moreira ‘bateu o pé’ e o Executivo não resistiu às várias críticas de centralização que lhe foram dirigidas, acabando por mudar a candidatura para o Porto. Posto isto, nem Lisboa, nem Porto, pois a escolha acabou por recair em Amesterdão.

Um dia depois, quando a opinião pública ainda recuperava da derrota, o Governo anunciou a transferência do Infarmed de Lisboa para o Porto, decisão que levou à manifestação de centenas de trabalhadores da Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde.

Material de guerra desapareceu de Tancos, mas foi devolvido e com bónus

Notícias ao MinutoA investigação ainda não concluiu o que efetivamente aconteceu no paiól de Tancos© Global Imagens

Uma das grandes polémicas que marcou o ano foi o desaparecimento, em junho, de material de guerra dos paióis militares de Tancos. Cerca de quatro meses depois, as armas foram recuperadas após uma chamada anónima que avisou para a sua presença a 21 quilómetros de Tancos. Todo o material que havia desaparecido foi devolvido à exceção das munições de 9 milímetros. E mais. Quem devolveu o material deixou ainda como ‘recompensa’ uma caixa com 200 petardos.

Embora as armas tenham reaparecido, duas altas patentes do Exército não resistiram à polémica e à confusão que se tinha instalado. Divergências com o chefe do Estado-Maior do Exército levaram o tenente-coronel Antunes Calçada e o tenente-coronel António Menezes a apresentarem a sua demissão. Cinco comandantes de unidades com intervenção em Tancos foram exonerados, mas acabaram por ser readmitidos duas semanas depois. Até ao momento ainda não se sabe o que aconteceu ao certo, nem quem esteve envolvido no misterioso caso do desaparecimento de armas de guerra.

A avó que vai emprestar o útero à filha e dar à luz o neto

Notícias ao MinutoMais de uma centena de pedidos de informação já foram enviados às entidades competentes© iStock

A regulamentação da gestação de substituição foi publicada em junho e o Conselho Nacional de Procriação Medicamente Assistida já aprovou o pedido de uma mulher que quer dar à luz o seu neto, uma vez que o útero da filha foi retirado por questões clínicas. Desde então já foram enviados para a entidade competente cerca de 100 pedidos de informação.

A procissão que acabou em mortes na Madeira

Notícias ao MinutoTreze pessoas morreram e 50 ficaram feridas na sequência da queda da árvore© Global Imagens

No dia 15 de agosto, Dia da Assunção de Nossa Senhora, dezenas de pessoas concentravam-se junto a um carvalho de grande porte no Monte, Funchal. Sem que nada o fizesse prever, a árvore caiu e matou 13 pessoas - incluindo dois turistas -, deixando ainda 50 pessoas feridas.

A queda de uma avioneta na praia no pico do verão

Notícias ao MinutoMotor da avioneta parou de funcionar e piloto teve de fazer uma aterragem de emergência© Global Imagens

Este ano sete pessoas morreram na sequência da queda de duas aeronaves. O primeiro incidente, em abril, aconteceu em Tires, concelho de Cascais. Uma avioneta despenhou-se junto a um supermercado tirando a vida aos quatro ocupantes do aparelho e a um trabalhador que se encontrava na zona de cargas e descargas do estabelecimento comercial.

Em agosto, um homem de 56 anos e uma menina de oito morreram depois de serem abalroados por uma avioneta que fez uma aterragem de emergência na praia de S. João na Costa da Caparica, em Almada. O motor do aparelho parou quatro minutos após a descolagem e o piloto foi obrigado a aterrar de emergência.

Almaraz: Como a relação entre Portugal e Espanha se tornou radioativa

Notícias ao MinutoCentral de Almaraz situa-se a poucos quilómetros do território português© Global Imagens

Em janeiro, Portugal apresentou queixa em Bruxelas contra Espanha. Em causa, o facto de o país vizinho ter decidido construir um armazém de resíduos nucleares na central de Almaraz, junto à fronteira com território luso. Um mês depois, os dois países chegaram a um acordo e a queixa foi retirada, mas os ambientalistas não esqueceram, nem perdoaram.

Três anos depois foi deduzida a acusação contra José Sócrates

Notícias ao MinutoAntigo primeiro-ministro e líder do PS esteve preso preventivamente durante seis meses© Global Imagens

Detido em novembro de 2014, José Sócrates esteve em prisão preventiva, deu entrevistas, escreveu dois livros, fez aparições públicas e até criou um canal de YouTube para falar sobre política. Isto durante três anos em que insistiu sempre na sua inocência e acusou o Ministério Público de não ser capaz de deduzir uma acusação contra si. Esse dia (finalmente) chegou em outubro.

O antigo primeiro-ministro foi formalmente acusado de 31 crimes de corrupção passiva de titular de cargo político, branqueamento de capitais, falsificação de documentos e fraude fiscal. No total, a Operação Marquês salda-se em 188 crimes e 28 arguidos (19 pessoas e nove empresas), sendo os mais conhecidos o melhor amigo e alegado testa de ferro de Sócrates, Carlos Santos Silva, o ex-presidente do BES, Ricardo Salgado, os antigos administradores da PT, Henrique Granadeiro e Zeinal Bava e ainda o ex-ministro e antigo administrador da CGD, Armando Vara.

Incêndios: O ano mais trágico da história nacional

Notícias ao Minuto2017: O mais mortífero desde que há registo em matéria de incêndios© Reuters

Desde 2000 morreram em incêndios florestais 210 pessoas. Mas foi em 2017 que se registou o maior pico:  109 pessoas perderam a vida na sequência dos fogos que deflagraram no país. Este ano foi o mais mortífero desde que há registo em matéria de incêndios. 

No dia 17 de junho começava a escrever-se a história desta tragédia. Numa altura de calor intenso, Pedrógão Grande cobria-se de chamas e a intensidade era de tal ordem que as autoridades competentes não tinham os meios humanos e técnicos necessários para impedir a proliferação dos fogos. O incêndio esteve ativo durante uma semana, sem dar tréguas, chegando mesmo a evoluir para os concelhos de Figueiró dos Vinhos e Castanheira de Pera.

A estrada nacional 236-1 viria a ser batizada de "estrada da morte". Nas contas finais a Autoridade Nacional da Proteção Civil (ANPC) divulgava os números mais trágicos de que há memória: 64 pessoas morreram e mais de 250 ficaram feridas. Além das perdas humanas, são aditados a estes números os custos materiais: cerca de 500 milhares de euros de prejuízo e 500 casas perdidas, 169 delas de primeira habitação. 

Nos meses seguintes, as autoridades começaram a procurar respostas - e culpados - para o cenário de Pedrógão. E Mário Cerol, o segundo comandante distrital de Operações de Socorro de Leiria e terceiro operacional a liderar as operações a 17 de junho, viria a ser constituído o primeiro arguido no caso. A este operacional viriam mais tarde a juntar-se nove elementos das forças de segurança que agora terão de responder em tribunal. 

A 15 de outubro a história repetia-se. Neste que foi considerado o "pior dia do ano", a Proteção Civil registou 443 ocorrências. As centenas de fogos que deflagraram provocaram 45 mortos e cerca de 70 feridos, dezenas dos quais graves. As chamas obrigaram a evacuar várias localidades, a realojar populações e a cortar várias estradas. Mais de 800 habitações permanentes e quase 500 empresas ficaram destruídas. Na região centro os incêndios consumiram extensas áreas florestais. 

Passados três dias, Constança Urbano de Sousa, então ministra da Administração Interna, demite-se, alegando que tinha mesmo de deixar cargo "para preservar a dignidade pessoal". No mesmo dia, Joaquim Leitão, presidente da ANPC, apresentava a  sua demissão do cargo, apesar de só ter sido conhecida no dia seguinte. 

Cerca de um mês antes, recorde-se, a ANPC já tinha registado uma baixa importante: Rui Esteves, comandante nacional da Proteção Civil, demitiu-se na sequência da denúncia de acumulação ilegal de cargos, de uma licenciatura suspeita e até de uma pós-graduação falsa. 

Mais tarde, o relatório da comissão técnica independente criada para avaliar os incêndios viria a questionar a interferência das autoridades políticas, as decisões que foram tomadas, a atuação da Proteção Civil e o funcionamento do SIRESP.

Perante todo este cenário, é agendado um Conselho de Ministros extraordinário para dia 21 de outubro, de onde resultariam novas medidas para o combate aos incêndios, nomeadamente ao nível da Proteção Civil, da reorganização da floresta, do apoio às vítimas e das zonas afetadas. 

Greves na Autoeuropa: T-Roc em ponto morto

Notícias ao MinutoAutoeuropa pode enfrentar uma nova greve dos trabalhadores© Global Imagens

Nos últimos meses têm-se vivido dias de expectativa e de incerteza na Autoeuropa. A empresa iniciou a produção em série do T-Roc, o novo veículo utilitário desportivo da marca Volkswagen. No entanto, a produção foi colocada em causa por falta de acordo entre a administração da fábrica de Palmela e os trabalhadores que se recusavam a trabalhar ao sábado.

Em 30 de agosto assinalava-se a primeira greve, após rejeição por parte dos funcionários de um pré-acordo. O documento previa um aumento mínimo do salário de 16%, um bónus de 175 euros, a redução do horário de trabalho para 38,2 horas e a atribuição de mais um dia de férias. Em troca, a fábrica passaria a funcionar seis dias por semana a partir de fevereiro do próximo ano, com 18 turnos de trabalho. Os operários estariam na fábrica de segunda a sábado e, em vez de gozarem duas folgas consecutivas todas as semanas, passariam a ter um dia fixo de descanso, ao domingo, e outro ao longo da semana.

Entretanto a Autoeuropa já decidiu que vai mesmo avançar com os novos horários e pode vir a confrontar-se com uma nova greve, depois de os trabalhadores da fábrica da Volkswagen terem aprovado em plenário uma proposta nesse sentido apresentada por um trabalhador. A confirmar-se a greve, esta irá ocorrer a 2 e 3 de fevereiro, período em que começam a vigorar as regras do novo modelo laboral.

Agentes da PSP de Alfragide invertem papéis e vão a tribunal 

O caso remonta a fevereiro de 2015, altura em que 17 agentes da PSP de Alfragide terão alegadamente agredido cinco jovens da Cova da Moura. A juíza de instrução criminal decidiu recentemente deduzir acusação contra 17 dos 18 agentes que estavam indiciados. A subcomissária da esquadra, que era apontada pela acusação como a responsável por ter eliminado sangue do chão das instalações na sequência das agressões dos polícias aos jovens, é a única que não responderá em julgamento.

Raríssimas: O escândalo, a demissão e o dinheiro que ninguém sabe onde está

Notícias ao MinutoPaula Brito e Costa demitiu-se, entretanto, do cargo de presidente da associação© Global Imagens

Uma investigação levada a cabo pela TVI deixou a 'céu aberto' centenas de documentos que põem em causa a gestão da presidente da associação Raríssimas, Paula Brito e Costa. Falamos de uma instituição de solidariedade social que vive de subsídios do Estado e de donativos.

Em causa poderão estar mapas de deslocações fictícias, a compra de vestidos de alta costura e os gastos pessoais em supermercados. As acusações contra Paula Brito e Costa são corroboradas pelo testemunho de vários ex-funcionários da Raríssimas.

No enredo da polémica 'caíram' ainda o ex-secretário de Estado da Saúde, Manuel Delgado, que foi consultor da associação recebendo 3 mil euros por mês e que se demitiu na pendência do escândalo, e a deputada do PS Sónia Fertuzinhos, que viajou até à Noruega, sendo que os custos foram pagos pela associação.

A ex-presidente da associação Raríssimas foi entretanto suspensa por 30 dias do cargo de diretora-geral, isto ja depois de ter apresentado a sua demissão como presidente. A direção decidiu ainda abrir um inquérito interno a Paula Brito e Costa.

IURD e as mães de colo vazio

Notícias ao MinutoRevelada rede de adoções ilegais de crianças© iStock

Chama-se o 'Segredo dos Deuses' e é da autoria da TVI. Trata-se de uma série informativa de 10 episódios que revela uma alegada rede de adoções ilegais de crianças portuguesas levadas para o estrangeiro por bispos da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD). 

De acordo com as reportagens divulgadas, a IURD tinha, na década de 90, um lar ilegal de crianças, em Lisboa, de onde foram levados vários menores, à revelia das suas mães. As crianças eram entregues diretamente no lar, à margem dos tribunais, por famílias em dificuldades e acabavam no estrangeiro, adotadas por bispos e pastores da igreja de forma irregular e sem direito de contraditório às famílias. Dadas as circunstâncias, o Ministério Público decidiu abrir um inquérito sobre a alegada rede de adoções ilegais de crianças portuguesas ligadas à Igreja Universal do Reino de Deus. 

Manuel Maria Carrilho condenado. E absolvido

Manuel Maria Carrilho, de 66 anos, foi condenado no dia 31 de outubro a quatro anos e meio de pena suspensa. Os juízes consideraram que o ex-ministro não mostrou arrependimento pelos crimes de violência doméstica, ameaça, denúncia caluniosa, ofensas à integridade física e injúrias contra Bárbara Guimarães, o ex-namorado da apresentadora, o empresário Ernesto 'Kiki' Neves, e um amigo da mesma, Ricardo Pereira.

O casal, recorde-se, divorciou-se em novembro de 2013 e estava em guerra no tribunal há cerca de quatro anos. 

Mais recentemente, o ex-ministro foi absolvido do crime de violência doméstica num outro processo movido pela ex-mulher.

Quando a Bíblia ajuda a absolver um criminoso e a incriminar uma inocente

Um homem agrediu violentamente a mulher e um juiz desembargador do Porto, Neto de Moura, atenuou a pena pelo facto de a mulher ter um amante. A Bíblia e o antigo Código Penal serviram de base à argumentação do magistrado. 

O acórdão do Tribunal da Relação do Porto, também assinado por Maria Luísa Arantes, justifica a manutenção da pena suspensa para o homem que agrediu a mulher com uma moca com pregos pelo facto de “o adultério da mulher" ser "um gravíssimo atentado à honra e dignidade do homem”. Os magistrados defenderam ainda que há sociedades “em que a mulher adúltera é alvo de lapidação até à morte”; que “na Bíblia podemos ler que a mulher adúltera deve ser punida com a morte”; e ainda que o Código Penal de 1886 “punia com uma pena pouco mais do que simbólica o homem que, achando sua mulher em adultério, nesse acto a matasse”.

Urban Beach de portas fechadas

Estávamos a 3 de novembro quando a discoteca Urban - uma das mais emblemáticas da capital - é fechada devido a uma ordem de encerramento por parte do Ministério da Administração Interna. A decisão surge na sequência de um vídeo viral que mostra os seguranças do espaço a agredirem dois jovens, junto à entrada da discoteca. 

Para além do encerramento do Urban Beach, a Polícia de Segurança Pública procedeu à detenção de três dos alegados agressores e de mais dos suspeitos de alegado envolvimento no caso. 

No entanto, as denúncias de agressões na discoteca não são inéditas. Ainda em agosto, um grupo de jovens denunciou ter sido agredido por seguranças do espaço noturno, acusando-os de terem tido uma atitude “racista”.  De facto, a PSP recebeu 38 queixas sobre este estabelecimento ao longo do ano de 2017. 

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