"Melhores cuidados de saúde são mais baratos do que os de má qualidade"
A iniciativa de eleger 12 votos para o próximo ano no que à saúde dos portugueses diz respeito partiu da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna.
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País Médicos
A noite de Passagem do Ano tem algumas particularidades e uma delas passa por comer 12 passas e pedir 12 desejos que se quer ver cumpridos no ano prestes a entrar.
Nesta senda, e a poucos dias do final de 2017, a Sociedade Portuguesa de Medicina Interna elaborou um documento onde define aqueles que são os seus 12 votos para que em 2018 haja mais e melhor saúde em Portugal.
Os médicos pedem então que “cada cidadão e profissional de saúde se torne consciente da degradação dos nossos ecossistemas (…) e das suas consequências para todos nós”, devendo, por isso, adotar e defender “comportamentos que contribuam para um ambiente sustentável.
Para 2018, os médicos desejam também que “cada cidadão tenha direito a políticas, cidades, instituições que promovam estilos de vida saudáveis e que seja incentivado e ajudado a abandonar comportamentos de risco”, tal como esperam que “cada cidadão tenha acesso a cuidados de saúde com boa qualidade e em tempo adequado” independentemente do local onde viva, da sua cor ou orientação sexual.
“Que cada doente seja respeitado nos seus direitos e tratado com humanidade”, defendem os médicos para quem é importante que os profissionais de saúde individualizem cada paciente, tratando-o pelo nome e conhecendo a sua história.
Quanto aos doentes internados, os médicos querem que estes tenham “direito a um ambiente que os ajude a recuperar, como o acesso a luz natural, vista da natureza, luzes indiretas, cores e cheiros agradáveis, conforto térmico, descanso noturno, música, televisão, arte nas paredes e respeito pela sua privacidade”.
E nesta senda, referindo-se aos pacientes idosos Internistas deixam outro voto: “Que cada doente idoso, que sofre de várias doenças, tenha direito a um internista que o assista, independentemente do serviço em que seja internado, e que possa ter a opção de ser internado na sua casa. Que nenhum doente permaneça no hospital depois de ter alta, por ter sido abandonado pela sua família, por estar à espera de cuidados continuados, pela falta de resposta da Segurança Social ou da rede de cuidados paliativos”.
Desejo para o próximo ano é também que “cada doente não se sinta perdido quando passe do hospital para os cuidados primários ou cuidados continuados, paliativos ou a assistência social” e que “cada cidadão compreenda que na Medicina ainda há muita incerteza e insucesso”.
O nosso poder é mais limitado do que os media podem fazer crerOs médicos defendem também que os profissionais “reconheçam” o sofrimento dos seus pacientes e que não os sujeitem a uma “obstinação terapêutica que lhe roube o seu direito a uma morte digna e em paz”.
Os dois últimos desejos para 2018 passam pelos decisores da saúde e pelos internistas. No primeiro caso, os médicos querem que os responsáveis “tomem decisões baseadas em evidência, centradas no interesse dos doentes” e que “compreendam que melhorar a qualidade dos cuidados de saúde é mais barato que prestar cuidados com má qualidade e que isso promove a saúde das pessoas”.
Por fim, é desejo da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna que o “enorme esforço físico e psicológico exigidos diariamente aos Internistas que trabalham (...) de forma abnegada e competente, muitas vezes em situações limite, em nome do seu compromisso com os doentes, tratando muitos para além da lotação dos seus serviços, evitando ruturas penalizadoras, que este trabalho seja reconhecido e recompensado e tenham direito a equilibrar a sua vida profissional com a sua vida pessoal”.
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