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Psoríase: A doença com "forte estigma social que pode levar ao suicídio"

A PSOPortugal, em articulação com a Novartis, leva aos palcos de teatro uma peça que pretende transmitir como se sente um doente com psoríase.

Psoríase: A doença com "forte estigma social que pode levar ao suicídio"
Notícias ao Minuto

07:44 - 30/12/17 por Filipa Matias Pereira

País Doença

Chama-se ‘A Pele que Tenho em Mim’ e pretende sensibilizar a sociedade para a doença da psoríase, levando a palco histórias de superação. Falamos, mais concretamente, de uma peça de teatro da iniciativa da PSOPortugal em articulação com a Novartis.

Desenvolvida e produzida pela ACE Teatro do Bolhão, esta é uma peça feita de histórias reais, que fazem com que, ao longo da narrativa, o espectador possa ‘vestir’ a pele de um psoriático que enfrenta os desafios de aprender a conviver com a doença, seja através de um empregado de mesa que é criticado pela função que desempenha, seja por um músico que se vê impedido de tocar o instrumento.

A peça tem vindo a percorrer o país numa digressão que passou por cidades de norte a sul de Portugal e tem entrada livre, mediante inscrição prévia através do site ‘Uma Pele para a Vida’, onde pode ser também consultado o calendário completo. No próximo dia 12 de janeiro é a vez de ‘A Pele que Tenho em Mim’ se mostrar aos habitantes de Alcácer do Sal.

Uma doença que "merecia ser acarinhada"

De acordo com os dados epidemiológicos mais recentes, a psoríase afeta mais de 250 mil pessoas em Portugal. Trata-se, com efeito, de uma doença crónica que se manifesta sobretudo na pele, mas tem outros problemas associados, nomeadamente diabetes, doenças cardíacas e depressão.

Mesmo nas suas formas mais ligeiras, a psoríase tem um forte impacto na qualidade de vida dos doentes, porque é extremamente visível, acabando por provocar alguma discriminação e isolamento. Este aspeto foi, aliás, o que deu o mote para a criação da associação que abraça a doença, a PSOPortugal.

Em entrevista ao Notícias ao Minuto, Jaime Melancia, presidente da associação, recorda que a PSOPortugal “começou a ser trabalhada pelos fundadores em 2004” e tinha como objetivo principal “desmistificar algumas ideias preconcebidas como o facto de se considerar que esta é uma doença contagiosa, o que está completamente errado”.

A psoríase é uma doença autoimune, não contagiosa e o “seu aspeto, extensão, evolução e gravidade são muito variáveis, caracterizando-se, geralmente, pelo aparecimento de lesões vermelhas, espessas e descamativas, que afetam preferencialmente os cotovelos, joelhos, região lombar e couro cabeludo. Nos casos mais graves, estas lesões podem cobrir extensas áreas do corpo”, pode ler-se no site da PSOPortugal.

Esta é, igualmente, uma doença com um “forte estigma social que pode mesmo levar ao suicídio”, alerta Jaime Melancia. Na opinião do responsável, as pessoas que se veem ‘a braços’ com a psoríase “deveriam ser encaminhadas para terem um tratamento adequado. Embora não tenha cura,  esta doença tem tratamento e deveria ser acarinhada”. Só deste modo “os portadores podem ter melhor qualidade de vida”, acrescenta.

Relativamente aos tratamentos disponíveis, Jaime Melancia destaca que a maioria se refere a fármacos de aplicação tópica que “vão apenas paliar e melhorar a condição da pele. São dermocosméticos que não vão ao cerne da questão”. Porém, neste âmbito, a PSOPortugal já conseguiu alcançar uma “importante conquista”, nomeadamente no que se refere “à comparticipação destes medicamentos”.

No fundo, “um doente bem tratado é uma pessoa mais feliz, mais trabalhadora e que não se isola em casa”, conclui.

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