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Papa “deu exemplo de despojamento que cardeais” não queriam

Numa altura em que cresce o número de opositores ao Papa Francisco, Miguel Sousa Tavares fala numa “luta ancestral na Igreja” entre o setor conservador e o setor progressista. Afirma que Francisco é um Papa que “representa tensão na Igreja”.

Papa “deu exemplo de despojamento que cardeais” não queriam
Notícias ao Minuto

23:00 - 26/12/17 por Notícias Ao Minuto

País Miguel Sousa Tavares

O pontificado do Papa Francisco tem primado por gestos, afirmações e uma abertura que chocam com os valores defendidos pelos católicos mais conservadores. Esse choque pode estar a chegar ao limite, à medida que crescem os opositores de Francisco que o acusam de heresia.

Para Miguel Sousa Tavares está em causa “uma luta ancestral na Igreja entre aquilo que podemos chamar o setor conservador e o setor progressista” mas também de poder.

“O que está em causa é uma questão de poder, como a Igreja exerce o poder, o Banco do Vaticano já todos sabemos a sua história e este Papa tocou em todos os poderes e deu um exemplo de despojamento que a maioria dos cardeais não estava disposta a ver”, disse Sousa Tavares na SIC Notícias.

O comentador afirma que “Francisco não é um Papa revolucionário mas é um Papa que representa essa tensão na Igreja” e compreende que a popularidade que granjeia fora da Igreja seja proporcional à falta de popularidade dentro da mesma.

“Um Papa como Francisco é necessariamente mais popular fora da Igreja do que dentro da Igreja. Não quer dizer que esteja errado e que não esteja a levar a Igreja para o caminho certo como acho que está. Vivemos num mundo em que não há nada pior do que os fundamentalismos religiosos e o que o setor conservador, que é o que está em causa, liderado pelo cardeal norte-americano Raymond Burke - que entre outros é o mentor de Steve Bannon, que por sua vez é o mentor político de Donald Trump - quer fazer da Igreja Católica uma igreja facciosa como são tantas igrejas pelo mundo inteiro e argumentam que cada vez que a Igreja se abre ao mundo, em vez de ganhar mais fiéis tem perdido mais fiéis”, realçou.

Miguel Sousa Tavares concorda a abertura que Francisco tem tentado implementar. “Se calhar a Igreja precisa de acolher os divorciados, os homossexuais, precisa de deixar de distinguir as pessoas conforme a orientação da vida dessas pessoas”.

Sobre as acusações de heresia ao Papa, Sousa Tavares diz que essa acusação depende da perspetiva da verdade. “Temos de distinguir o que é a noção de verdade e se a verdade estabelecida pela Igreja a partir de um dado momento deixa de o ser”.

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