Meteorologia

  • 24 ABRIL 2024
Tempo
19º
MIN 12º MÁX 24º

Isabel Magro: A 'rainha' das linhas, que "nunca quis ser costureira"

Viveu no mundo do corte e da costura, uma carreira que a enche de orgulho. Apesar dos momentos menos bons que teve de enfrentar ao longo da vida, Isabel Magro nunca baixou os braços e chegou a um patamar que nunca imaginou atingir. Da alta-costura passou para o teatro, onde num piscar de olhos se tornou mestre.

Notícias ao Minuto

08:00 - 20/12/17 por Marina Gonçalves e Sérgio Abrantes

País Artistas

"Sou brincalhona, um bocadinho para o irónica, até porque não levo a vida de outra maneira. Nem sei levar. Vou dizendo as verdades brincando. Nunca cortei relações com ninguém porque me sentiria mal se sentisse esse peso na minha consciência, mas, em contrapartida, muita gente já me tirou as falas”.  Foram estas as primeira palavras de Isabel Magro quando lhe pedimos para se descrever.

Uma mulher cheia de sabedoria popular e sem filtros nos argumentos que esgrime. Chegou longe sem nunca acreditar verdadeiramente no seu potencial.

Nasceu em 1931, em Lisboa, e viveu uma infância “muito boa”, tendo tido um pai jovem que lhe “transmitiu princípios na educação que já mais esqueceu”.

Dizia que “nunca iria ser costureira”, mas a vida trocou-lhe as voltas. Começou a trabalhar na alta-costura, onde se tornou mestre. Passou por várias casas até chegar ao teatro.

“Amo tudo o que faço. Não sou capaz de fazer nada contrariada e que eu não goste. Apaixono-me pelas coisas que faço. Isso serve-me de estímulo para fazer o que quero. Não sei viver contrariada nas coisas”, salienta.

Quando ficou viúva, não viveu momentos fáceis. Além da filha para cuidar, tinha ainda a seu cargo um irmão que precisava de cuidados especiais. Mas nunca baixou os braços. Vinte dias depois de o marido morrer, entrou como costureira no teatro. Um novo desafio, visto que na altura estava habituada apenas à alta-costura. Mais uma vez, nunca acreditou que seria um dia mestre de guarda-roupa, o que acabou por acontecer.

Trabalhou com grandes nomes do mundo do espetáculo, entre eles Florbela Queirós, Ivone Silva, Marina Mota, Diogo Infante e Alexandra Lencastre, com quem viveu histórias “engraçadas”.  Esteve também a exercer a sua profissão dois anos em televisão, mas foi nas salas de teatro onde trabalhou como “efetiva”.

“Quando eu vi que não me faziam os descontos como deve ser, deixei de trabalhar e convidaram-me logo para o teatro Maria Vitória. Depois fui para o Teatro Aberto. Foram as únicas das casas onde trabalhei como efetiva, mas fiz muitos guarda-roupas”, explica.

Aos 86 anos, Isabel Magro vive na Casa do Artista há dez, tendo chegado ali “pelo seu próprio pé”, afirmando estar na instituição “porque quer”.

Recomendados para si

;
Campo obrigatório