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Fogos: Estabilização está a ser feita pela primeira vez no "tempo certo"

O secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural, Miguel Freitas, congratulou-se hoje por, pela primeira vez em Portugal, se estarem a fazer trabalhos de estabilização de emergência dos solos no mesmo ano em que ocorrem os incêndios.

Fogos: Estabilização está a ser feita pela primeira vez no "tempo certo"
Notícias ao Minuto

12:15 - 06/12/17 por Lusa

País Governo

"No ano passado, houve incêndios e só se fez estabilização de emergência a partir de março deste ano. É a primeira vez que estamos a fazer tudo no tempo certo", afirmou aos jornalistas no aeródromo de Viseu, onde assistiu ao arranque da primeira fase do projeto Semear Portugal por Via Aérea.

Durante a manhã, um Dromader M-18 levantou voo do aeródromo carregado de sementes de gramíneas e leguminosas, que foram depois lançadas em Mourilhe (no concelho de Mangualde), com o objetivo de ajudar a reduzir a erosão dos solos e promover a biodiversidade em zonas íngremes fustigadas pelos incêndios.

Este projeto partiu da iniciativa da Take C'Air Crew Volunteers e da Replantar Portugal, em parceria com a Quercus e com a Avitrata, e, numa primeira fase, envolve os municípios de Mangualde, Nelas, Gouveia, Oliveira do Hospital, Tondela e Seia.

Miguel Freitas frisou que se trata de um projeto que "nasceu da sociedade civil, de um conjunto de organizações não-governamentais e movimentos ligados ao ambiente", e que será atentamente seguido pelo Governo, porque "testa uma prática diferente" para estabilização de emergência.

"O ICNF (Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas) vai fazer um trabalho para avaliação de resultados desta nova prática de estabilização de emergência", afirmou.

Segundo o secretário de Estado, "esta iniciativa já está a gerar, noutros sítios do país, pedidos ao Ministério da Agricultura", para que avance com iniciativas do mesmo género.

"Não podemos partir para estender uma técnica que não dominamos e que não conhecemos os seus resultados para o país inteiro. Havendo estas iniciativas, é muito importante, têm um valor simbólico e a nós cabe agora avaliar e acompanhar, juntamente com as entidades envolvidas", frisou.

O secretário de Estado lembrou que, desde a semana passada, tem estado a ser utilizada uma outra técnica de estabilização de emergência em três municípios, estando projetadas para as próximas semanas mais sete iniciativas.

O presidente da Quercus, João Branco, explicou aos jornalistas que "há locais extremamente difíceis de aceder, muito inclinados, com maus acessos", concretamente nas serras, que foram muito fustigados pelos incêndios.

"Esses também são aqueles que têm maior risco de erosão devido à sua inclinação e isto é uma tentativa de estabilizar e evitar a erosão desses locais, através do lançamento de sementes", referiu, acrescentando que, "após caírem no solo, passado pouco tempo germinam e criam umas ervas", cujas raízes "vão agarrar o solo", diminuindo a perda deste quando chegarem as chuvas fortes.

Só numa segunda fase do projeto serão lançadas sementes florestais, uma vez que estas sementes "não garantem a imediata proteção do solo", porque não criam logo raiz, acrescentou.

Patrícia Lucas, da Take C'Air Crew Volunteers, referiu que as sementes foram doadas e que o único custo desta operação será "o combustível do avião, que será suportado pelos municípios".

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