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Mais de 100 mortos no pior ano de fogos em Portugal

Mais de 100 mortos e 500 mil hectares de área ardida marcaram 2017 como o pior ano em Portugal quanto a incêndios florestais, com os dias 17 de junho e 15 de outubro a ficarem na memória de todos.

Mais de 100 mortos no pior ano de fogos em Portugal
Notícias ao Minuto

09:00 - 04/12/17 por Lusa

País Rescaldo

Para encontrar números aproximados em área consumida pelas chamas é preciso recuar a 2003, quando arderam 423 mil hectares, mas em relação ao número de mortos não há registo de um valor tão elevado.

O impacto dos incêndios florestais levou a que os jornalistas da agência Lusa considerassem estes fogos o acontecimento nacional do ano de 2017.

O incêndio de Pedrógão Grande, que deflagrou a 17 de junho e depois se propagou a concelhos vizinhos, fez pelo menos 64 mortos diretos, mais de 250 feridos e cerca de 500 milhões de euros de prejuízos, tendo sido extinto apenas uma semana depois.

Dos 64 mortos contabilizados oficialmente, 47 morreram na Estrada Nacional 236, a fugir ao fogo. A devastação terá atingido aproximadamente 500 casass, 169 das quais de primeira habitação, e afetado quase 50 empresas e o emprego de 372 pessoas.

A 15 de outubro, já depois da chamada época crítica de incêndios, registou-se o pior dia do ano em número de fogos, com mais de 500, tendo as chamas atingido particularmente 27 concelhos da região Centro, sobretudo os distritos de Viseu, Guarda, Castelo Branco, Aveiro e Leiria.

Na madrugada de 16 de outubro morreram 45 pessoas e cerca de 70 ficaram feridas devido às centenas de incêndios, que destruíram total ou parcialmente cerca de 800 habitações permanentes, quase 500 empresas e extensas áreas de floresta, estando ainda por apurar o valor global dos prejuízos.

Estes foram os fogos mais mortais e devastadores no país, mas durante o verão ocorreram outros de grande dimensão, sobretudo na região Centro.

Foram várias as críticas à atuação da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), tendo também sido constantes, ao longo da época de fogos, as polémicas relacionadas com as falhas no funcionamento do Sistema Integrado de Redes de Emergência e Segurança (SIRESP), lacunas na forma de lidar com os incêndios apontadas pela Comissão Técnica Independente (CTI) nomeada pela Assembleia da República para analisar os fogos de Pedrógão Grande, trabalho que estes peritos também vão realizar a partir de janeiro sobre os de 15 de outubro.

Depois de Pedrógão Grande, foram várias as vozes que pediram a demissão da então ministra da Administração Interna, nomeadamente o CDS-PP, mas Constança Urbano de Sousa resistiu e só a 18 de outubro saiu do cargo. Para o seu lugar, foi nomeado Eduardo Cabrita.

Nessa mesma semana também o presidente da ANPC, Joaquim Leitão, pediu a demissão, um mês depois de o comandante nacional operacional da Proteção Civil, Rui Esteves, ter feito o mesmo.

Depois das recomendações da CTI e do trágico ano em incêndios, o Governo realizou, a 21 de outubro, um Conselho de Ministros extraordinário, de onde saiu um conjunto de medidas para proteção civil, floresta e apoio às vítimas e zonas afetadas.

Antes destas medidas, o Governo tinha anunciado uma reforma para a floresta, que foi aprovada já depois dos fogos.

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