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Agricultores e produtores florestais protestam contra falta de apoios

Dezenas de agricultores e produtores florestais do distrito de Coimbra afetados pelos incêndios de 15 de outubro manifestaram-se hoje junto à Direção Regional de Agricultura e Pescas do Centro contra as "insuficientes" medidas de apoio anunciadas pelo Governo.

Agricultores e produtores florestais protestam contra falta de apoios
Notícias ao Minuto

12:42 - 28/11/17 por Lusa

País Coimbra

Convocado pela Associação Distrital de Agricultores de Coimbra (ADACO), com o apoio da Confederação Nacional da Agricultura (CNA) e do Movimento de Apoio às Vítimas dos Incêndios de Midões (MAAVIM), o protesto incluiu a entrega de um caderno de reivindicações, através do qual reclamam o aumento das ajudas simplificadas de 5.000 para 10.000 euros.

"Queremos manifestar o nosso desagrado pela insuficiência das medidas tomadas pelo Governo, que têm sido tomadas a conta-gotas e que não vêm ao encontro dos imensos prejuízos que afetaram muita gente", disse Isménio Oliveira, da ADACO.

Segundo o dirigente, o Governo começou por atribuir um "apoio ridículo de 1.053 euros" nas candidaturas simplificadas "e só porque as organizações e os agricultores contestaram é que passaram para 5.000 euros".

Valor que mesmo assim, refere Isménio Oliveira, "não é suficiente" para acudir aos agricultores que tenham perdido "um trator, umas oliveiras, um pequeno armazém ou animais para consumo familiar".

"Muitos dos pequenos agricultores têm prejuízos entre os 5.000 e os 10.000 euros, sendo da mais elementar justiça que, para enquadrar muitos dos afetados, a ajuda simplificada (pagamentos a 100%) deva ir até aos 10.000 euros", lê-se no caderno de reivindicações entregue na Direção Regional de Agricultura do Centro e que vai ser enviado ao primeiro-ministro, ministro da Agricultura e Comissão de Agricultura e Mar.

O documento defende também que os prejuízos entre 10.000 e 120.000 euros devem ter um apoio a fundo perdido de 85% e de 70% a partir de 120.000 euros.

O caderno reivindicativo propõe ainda que o prazo para a entrega das candidaturas simplificadas deve ser estendido até 15 de dezembro e não até ao final deste mês, conforme está estipulado pelo Governo.

Para João Dinis, da CNA, o Governo e o ministério da agricultura estão a esquecer-se da floresta.

"Dá a impressão que o ministério quer que a natureza venha resolver o problema de milhares e milhares de hectares de floresta queimada, que é um prejuízo brutal", sublinhou aos jornalistas.

"Nós estamos a reclamar, por exemplo, a criação e gestão pelo Governo, em colaboração com as autarquias, de numerosos parques de receção de madeira queimada, que garanta um preço minimamente reparador aos pequenos e médios produtores florestais", acrescentou.

O caderno reivindicativo defende ainda que o Governo deve financiar "a 100% qualquer proprietário que queira limpar as suas florestas ardidas, sob pena de em menos de quatro ou cinco anos os resíduos florestais serem em tamanha quantidade que poderão proporcionar a ignição de incêndios ainda de maior proporção".

Caso as suas reivindicações não sejam aceites, agricultores e produtores florestais prometem mobilizar o povo em ações de protesto de maior dimensão "onde for preciso".

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