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O campeão (segurança) detido por "criminalidade especialmente violenta"

O atleta de Kickboxing do Sporting é um dos dez detidos pela Polícia Judiciária no âmbito de uma operação de “criminalidade especialmente violenta”, que envolve uma empresa de segurança privada para a qual Ricardo Fernandes trabalha e que, em junho deste ano, prestou um serviço à Federação Portuguesa de Kickboxing e Muaythai (FPKMT). Nesse serviço uma queixa à PSP foi apresentada e o atleta identificado.

O campeão (segurança) detido por "criminalidade especialmente violenta"
Notícias ao Minuto

08:00 - 25/11/17 por Ana Lemos

País UNCT

O caso das agressões à porta da discoteca Urban Beach, ainda dominava a atualidade quando a Polícia Judiciária (PJ) anunciou a detenção de “nove homens e uma mulher” no âmbito de uma investigação ao “exercício de segurança privada privada ilegal em estabelecimentos noturnos e a prática, por parte dos seguranças, de crimes de ameaça, coação, ofensa à integridade física grave, e sequestro”.

Entre esses dez detidos, confirmou o Notícias ao Minuto, está Ricardo Fernandes, atleta e campeão de Kickboxing do Sporting, e segurança da empresa privada Mama Sume, também alvo da investigação da Unidade Nacional Contra o Terrorismo (UNCT) da PJ, avançou esta semana o Jornal de Notícias.

Foi, aliás, enquanto segurança da Mama Sume que Ricardo Fernandes prestou em junho deste ano um serviço à Federação Portuguesa de Kickboxing e Muaythai (FPKMT). “Foi a primeira vez que contratámos qualquer entidade de segurança privada”, revela a presidente da FPKMT, Ana Vital de Melo, porque, explica, havia “suspeitas de que alguns ‘elementos’ estivessem presentes na assembleia-geral” para a eleição dos órgãos sociais “com o propósito de fomentar a desordem”.

Acontece que, nem tudo decorreu com a normalidade desejada. A PSP foi chamada ao local durante o ato eleitoral. Em causa, apurou o Notícias ao Minuto, estava o facto de o segurança Ricardo Fernandes estar a impedir o exercício de direito de voto a atletas, treinadores e dirigentes de clubes alegadamente apoiantes da lista adversária à da atual presidente.

A PSP foi chamada anonimamente”, vinca a presidente da federação, acrescentando que “entraram na sede da FPKMT, solicitaram o contrato de segurança privada com a empresa Mama Sume, solicitaram também a identificação da presidente da FPKMT e dos três elementos da empresa de segurança privada Mama Sume contratados para o efeito [entre eles Ricardo Fernandes] e saíram, (…), sem a mínima confusão”.

Ana Vital de Melo assegura ainda que “nenhum delegado foi impedido de votar” e que, apesar da “mais elevada estima e consideração” que a FPKMT tem pelo atleta do Sporting, é “mentira” que Ricardo Fernandes fosse seu segurança pessoal.

Ricardo Fernandes nunca foi segurança pessoal da presidente da FPKMT"Ainda assim, não só Ricardo Fernandes está identificado num incidente participado à segunda divisão policial de Lisboa, da esquadra da PSP do Parque das Nações, como foi interposta uma ação no Tribunal Arbitral do Desporto (TAD) denunciando irregularidades no processo eleitoral e cujo despacho (emitido há dias) declara "nula a decisão consubstanciada na lista de candidatos publicada pela Comissão Elitoral da FPKMT".

O Notícias ao Minuto tentou, sem sucesso, chegar ao contacto com o campeão de Kickboxing e com o clube que representa, o Sporting.

O campeão sob investigação por “criminalidade especialmente violenta”

Ricardo Fernandes, atleta de Kickboxing, foi detido na passada quarta-feira (dia 22) pela PJ, através da Unidade Nacional Contra Terrorismo (UNCT), em inquérito titulado pelo DCIAP. Além dele, a PJ deteve mais oito homens e uma mulher, dos quais dois agentes da PSP e um militar da GNR, “com idades compreendidas entre os 31 e os 49 anos”.

Os dez detidos são “presumíveis autores da prática dos crimes de ameaça, coação, ofensa à integridade física, sequestro, exercício ilegal de segurança privada, tráfico, mediação e detenção de armas proibidas e corrupção”.

No decurso desta operação policial, informou a PJ em comunicado, foram “cumpridas 16 buscas domiciliárias e não domiciliárias, tendo sido apreendidos relevantes elementos de prova”.

A investigação “teve início com a denúncia do exercício de segurança privada ilegal em estabelecimentos noturnos e a prática, por parte dos seguranças, de crimes de ameaça, coação, ofensa à integridade física grave e sequestro relativamente a clientes desses espaços”.

O Notícias ao Minuto tentou apurar quais as medidas de coação aplicadas a Ricardo Fernandes, bem como aos restantes nove detidos, após terem sido presentes ao primeiro interrogatório judicial, tendo conseguido saber apenas que o atleta do Sporting “está em casa”.

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