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Infarmed de 'malas feitas' para o Porto. E os trabalhadores?

Decisão anunciada ontem caiu como uma bomba. Trabalhadores só souberam que sede do Infarmed iria mudar-se de Lisboa para o Porto pela comunicação social.

Infarmed de 'malas feitas' para o Porto. E os trabalhadores?
Notícias ao Minuto

12:00 - 22/11/17 por Melissa Lopes

País Carreira

A sede do Infarmed vai mudar-se para o Porto. O anúncio oficial foi feito ontem à tarde pelo ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, um dia depois de o Porto ter perdido a corrida para acolher a sede da Agência Europeia do Medicamento.

A notícia caiu como uma bomba para os 350 trabalhadores do Infarmed, que alegam não ter sido informados de nada. A comissão de trabalhadores, que esta manhã já teve um encontro com caráter de urgência com o ministro, está agora reunida em plenário na sede da instituição.

À Antena 1, o presidente da comissão de trabalhadores, Rui Spínola, disse que a informação lhe chegou como chegou a todos os portugueses: através da comunicação social. O responsável afirmou desconhecer as razões técnicas - “se é que as há” - e que tal decisão só pode ter sido uma “decisão política”.

Os trabalhadores estão agora reunidos em plenário, tendo afirmado à entrada que não iam prestar declarações. Quaisquer conclusões tiradas da reunião serão divulgadas através de um comunicado.

Saliente-se que o maior receio destes trabalhadores – cerca de 70 % pertencentes a quadros superiores – é serem deslocados ou despedidos. Contudo, segundo aquilo que uma fonte próxima do processo garantiu à RTP, tal não vai acontecer.

A passagem da sede do Infarmed para o Porto será feita e efetivada até janeiro de 2019.

Questionado ontem pelos jornalistas sobre desde quando está tomada a decisão, o ministro limitou-se a dizer que “é uma decisão que é tomada no momento certo, no dia certo e com sentido de justiça adequado”.

Já para o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, não se trata de compensar o Porto, mas sim descentralizar.

Entretanto, e no decorrer do plenário, durante a manhã desta quarta-feira, os trabalhadores “preencheram um inquérito sobre a sua disponibilidade para se deslocarem para a cidade do Porto”, anunciou o presidente da comissão de trabalhadores, após uma interrupção nos trabalhos.

“No plenário, foi decidido remeter os resultados apurados ao senhor ministro da Saúde, através de carta fechada, antes de serem divulgados publicamente. Para esse efeito, interromperam os trabalhos que vão ser retomados na parte da tarde”, afirmou o representante dos trabalhadores, anunciando que será feita uma declaração pública, ainda esta quarta-feira, às 20 horas, no auditório do Infarmed, onde serão comunicados mais detalhes e votações.

“Os trabalhadores manifestaram total união na defesa intransigente do prestígio da sua instituição, reconhecida nacional e internacionalmente, dos seus direitos e a predisposição em continuar o seu trabalho em benefício da saúde pública”, sublinhou ainda Rui Spínola, que não quis prestar quaisquer outras declarações.

O assunto já motivou reações políticas. Se, por um lado, Costa optou por definir como "muito importante" a mudança do Infarmed para o Porto, garantindo haver tempo para a fazer "a contento de todos", Pedro Passos Coelho considerou ser uma medida "desgarrada" para compensar trabalho "mal feito" quanto à Agência Europeia do Medicamento. O PSD não se opõe, contudo, à "intenção" do Governo. 

Do Governo, pela voz do secretário de Estado Ajunto da Saúde, foi dada a garantia de que a decisão de mudar o Infarmed para o Porto "será equilibrada, refletida e ponderada". O governante sublinhou que serão salvaguardados os interesses dos profissionais daquele organismo. 

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