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Todos os dias 'despejamos' oito milhões de toneladas de lixo no mar

No Dia Nacional do Mar, a Quercus alerta para as consequências da “ação do Homem” nos oceanos. Sabia que cerca de 80% da poluição marinha tem origem em terra?

Todos os dias 'despejamos' oito milhões de toneladas de lixo no mar
Notícias ao Minuto

14:40 - 16/11/17 por Ana Lemos

País Dia Nacional do Mar

Ele é importante para todos nós, mas para os portugueses em particular. Muitos fazemos dele, devido a nossa longa costa, o nosso sustento. Mas teremos o cuidado que ele nos merece? Infelizmente a resposta é negativa, tendo em conta os “oito milhões de toneladas de lixo que por dia chegam aos oceanos por ação do Homem”.

A estimativa é da Quercus que hoje, Dia Nacional do Mar (16 de novembro), aproveita a celebração para elencar os dez principais problemas que afetam os Oceanos, entre eles o Atlântico, que banha os mais de 800 quilómetros da costa continental portuguesa.

1) Sobreexploração da pesca

Há uma “considerável redução nas populações de algumas espécies de peixes”, muitas fazem aliás parte da dieta nacional, como o bacalhau e a sardinha. Existe também “uma grave falta de gestão da atividade [piscatória] ou incumprimento de regras”, bem como “falta de definição das dimensões dos animais ou da época de captura, o que permita a captura de juvenis ou fêmeas com ovos”.

2) Captura excessiva de espécies com ciclos de vida longos, como tubarões e atuns

“Algumas destas espécies”, alerta a Quercus, são “utilizadas para culinária de luxo ou com fins de terapias alternativas para tratamentos de saúde”. São disso exemplo a barbatana de tubarão, muito apreciada na Ásia. Acontece que sendo espécies, normalmente, com um ciclo de vida mais longo, e com uma reprodução mais espaçada, são menos resistentes à sua própria recuperação.

3) Aquacultura não sustentável

“A produção de peixes e bivalves implica a utilização de antibióticos e outros produtos químicos, alguns deles tóxicos para o ecossistema”, nomeadamente para as águas marinhas. Esta situação, explica a associação ambientalista, “é facilmente visível nas águas da Ásia devido à produção intensiva de amêijoa vietnamita”.

4) Lixo

A quantidade de lixo deixado nas praias ou atirado para as linhas de águas terrestres, tais como rios e ribeiras, “tem como destino final o oceano”. A agravante é que a maioria desses resíduos não é biodegradável, falamos por exemplo de plásticos que, posteriormente, se “vão fragmentando em partículas mais pequenas (microplásticos), que são confundidos com alimento por muitas espécies marinhas”.

5) Aquecimento das águas

Além de provocar “alterações nos ecossistemas marinhos” é também responsável pela “alteração de rotas migratórias provocando desequilíbrios nas cadeias alimentares”. A título de exemplo, a Quercus conta que “o aquecimento de 0,5ºC nas águas dos recifes de coral, provoca a sua morte”, comprometendo assim “as ‘maternidades’ e zonas de abrigo para variadíssimas espécies usadas na alimentação humana”.

6) Poluição

Talvez não saiba mas muitos fertilizantes e pesticidas “utilizados sistematicamente na agricultura acabam por ir parar ao oceano”, provocando “alterações irreversíveis e fatais para as espécies” .Entre elas até a humana, porque se forem por nós ingeridos “podem trazer problemas de saúde”.

7) Concentrações elevadas de mercúrio

“É um poluente que se acumula na cadeia alimentar (bioacumulação) e chega ao Homem através da ingestão de peixes”, destaca Quercus, sublinhando que o mercúrio em excesso “causa doenças graves nos seres vivos e ao Homem”. Por isso, o consumo de peixe-espada preto, atum, entre outros, deve ser “regrado”.

8) Destruição de habitats

Importantes habitats, que servem de “local de abrigo para a reprodução, por exemplo as pradarias marinhas e as florestas marinhas” estão a ser destruídos por várias causas, entre as quais “a utilização de artes de pescas agressivas como a pesca de arrasto”.

9) Obras de engenharia e extração de petróleo

“Construções, perfurações em profundidade, e tantas outras (incluindo a poluição sonora) causam, alterações no habitat, provocam perturbações várias e produzem poluentes”, contribuindo para “a destruição do habitat” e comprometendo “a sobrevivência das espécies marinhas”.

10) Acidificação dos Oceanos e corais

As alterações climáticas têm também efeito no PH, devido “ao aumento da concentração de CO2 na atmosfera”. Uma mudança particularmente evidente “nas zonas tropicais, onde os ecossistemas marinhos são extremamente sensíveis e ricos em biodiversidade, e cujos habitats estão a sofrer alterações que se podem revelar irreversíveis, nomeadamente do caso dos recifes de corais”.

Serve esta ‘lista’ de ações do Homem para a Quercus reforçar a importância de “os responsáveis políticos” acelerarem e tornarem “mais ambiciosos os planos para a criação de Áreas Protegidas Marinhas”, investindo “na redução das fontes de poluentes marinhos”.

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