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Sobram muitas perguntas acerca da perseguição que acabou em morte

Os suspeitos continuam a monte e apenas o condutor da viatura onde seguia a mulher que foi baleada se encontra detido. Vítima mortal e o condutor são brasileiros.

Sobram muitas perguntas acerca da perseguição que acabou em morte
Notícias ao Minuto

12:30 - 16/11/17 por Fábio Nunes

País Crime

O puzzle em torno do assalto à caixa multibanco no Pragal, em Almada, na madrugada desta quarta-feira, cuja perseguição policial resultou na morte de uma mulher, está a ser montado aos poucos.

O assalto à caixa ATM aconteceu pouco depois das 03h00 da manhã. Os assaltantes colocaram-se em fuga num Seat Leon de cor preta e a polícia iniciou uma perseguição policial que prosseguiu na outra margem do Tejo.

Já em Lisboa, houve uma troca de tiros entre a polícia e os suspeitos do assalto nas imediações do aeroporto Humberto Delgado. Os assaltantes conseguiram despistar as viaturas da polícia.

Pouco depois, por volta das 3h35, um outro condutor circulava na zona da Encarnação. O homem da nacionalidade brasileira estava acompanhado da sua esposa, também ela brasileira, e conduzia um Renault Megane preto, muito semelhante ao carro dos suspeitos do assalto, adianta o jornal Folha de São Paulo.

Os agentes da polícia deram ordem de paragem, mas o condutor não obedeceu, segundo o comunicado divulgado pela polícia horas depois deste incidente.

O carro avançou na direção dos agentes da polícia, tendo mesmo tentado abalroá-los. Os agentes dispararam mas o carro escapou. O automóvel seria intercetado um pouco mais à frente por outra patrulha da polícia. A PSP não chegou a esclarecer se esta segunda patrulha chegou a efetuar algum disparo. No local, os agentes perceberam que a mulher que estava no lugar do pendura tinha sido atingida com uma bala no pescoço.

No comunicado que divulgou, a PSP adiantou que a “cidadã ferida foi assistida pelos agentes e pelos meios de emergência chamados ao local. Apesar de todos os esforços, a vítima acabaria por falecer”.

Sabe-se agora que a vítima mortal é Ivanice Costa. Tinha 36 anos. O marido estava a levá-la ao aeroporto, onde a mesma trabalhava. De acordo com o Folha de São Paulo, os agentes da PSP terão disparado 20 vezes na direção do carro. 

O condutor foi detido e ouvido pela Polícia Judiciária.

A Inspeção-Geral da Administração Interna anunciou, horas depois, a abertura de um inquérito para apurar as circunstâncias que culminaram nesta morte acidental.

Já no final do dia, a TVI avançava que seis dos sete agentes envolvidos nos disparos e na interceção desta segunda viatura foram constituídos arguidos. Os agentes foram submetidos a termo de identidade e residência e as suas armas foram entregues. Vão ser alvo de uma peritagem para tentar apurar qual a arma que efetuou o disparo que matou a mulher. Algo que não será fácil.

O SIAP, o Sindicato Independente dos Agentes da Polícia, não demorou a reagir e considerou um procedimento “normal” que os agentes tivessem sido constituídos arguidos.

Suspeitos continuam a monte

Há muitas questões para as quais ainda não há resposta. Os suspeitos do assalto que precipitou o trágico desfecho continuam a monte e ainda não se sabe em que ponto está a investigação da polícia. 

O Notícias ao Minuto apurou ainda ontem que a Polícia Judiciária não descarta a hipótese de assaltantes e vítima estarem relacionados. A suspeita é de que a presença desta segunda viatura, com características tão parecidas com o carro envolvido no assalto, poderia ter o intuito de distrair as autoridades. 

Mas esta é apenas uma das linhas de investigação a serem seguidas por esta altura. 

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