O ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, lamentou esta quarta-feira o "incómodo e perturbação" causado à família da vítima de legionella que se encontrava a ser velada ao final da tarde de ontem (dia 7) quando a polícia recolheu o corpo para autópsia.

À margem do primeiro fórum do Conselho Nacional de Saúde, que está a decorrer em Lisboa, Adalberto Campos Fernandes lembrou contudo que "é fundamental que o Ministério Público cumpra o seu trabalho e compreenda o que falhou ou correu mal" no surto de legionella no hospital São Francisco Xavier.

Além disso, o ministro revelou ainda não ter tido ocasião de falar com a Procuradoria-Geral da República, mas lamentou "a forma perturbada como tudo aconteceu".

Recorde-se que o corpo de uma das vítimas mortais, uma senhora de 70 anos, do surto de legionella no Hospital São Francisco Xavier foi recolhido pela PSP quando estava a decorrer o velório em Campo de Ourique, por ordem do DIAP.

Fonte do Comando Nacional da PSP confirmou à Lusa que o corpo foi recolhido durante o velório, explicando que se tratou de cumprir um "procedimento obrigatório", reconhecendo porém que a situação "foi desconfortável".

O Ministério Público ordenou igualmente a autópsia ao corpo da outra vítima mortal, um homem de 77 anos, o que originou que a data das cerimónias fúnebres tivesse de ser alterada.

Ao início da tarde de hoje, o Ministério da Justiça dava conta de que as autópsias das vítimas mortais foram concluídas às 13h00 pelo Instituto Nacional de Medicina Legal e de que os corpos estavam desde essa hora prontos para serem levantados pelas famílias.

Número de casos volta a subir. São já 38

Entretanto, o número de pessoas afetadas pela bactéria subiu esta quarta-feira para 38. O mais recente balanço foi avançado pela Direção-Geral de Saúde (DGS), via comunicado, pelas 11h00 desta quarta-feira.

Destes 38 casos há dois óbitos a registar e cinco outros pacientes que se encontram nos cuidados intensivos. Os pacientes têm todos com doenças crónicas já existentes, destaca ainda a DGS.

Em curso prossegue a investigação do Ministério Público que, ao final da tarde desta terça-feira, anunciou que os elementos recolhidos originaram a abertura de um inquérito ao surto de legionella no Hospital São Francisco Xavier. "Os elementos recolhidos deram origem a um inquérito, que se encontra em investigação no DIAP [Departamento de Investigação e Ação Penal] de Lisboa", refere o Ministério Público em resposta enviada à agência Lusa.

[Notícia atualizada às 14h30]