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"Éramos uma família feliz. Agora não", diz mãe de Liliane Pinto

A mãe de Liliane Pinto e a mãe de Luís Pinto recordaram esta terça-feira, no Tribunal da Guarda, como lhe fora roubada toda a felicidade que tinham no dia 11 de outubro do ano passado.

"Éramos uma família feliz. Agora não", diz mãe de Liliane Pinto
Notícias ao Minuto

17:10 - 07/11/17 por Notícias Ao Minuto

País Julgamento

A segunda sessão do julgamento de Pedro Dias, também conhecido por ‘piloto’, começou esta terça-feira no Tribunal da Guarda, onde foram ouvidos dois familiares das vítimas dos crimes de Aguiar da Beira. A primeira a ser ouvida foi Maria de Fátima Lino, mãe de Liliane Pinto, a mulher que foi alvejada e que viria a falecer cinco meses depois.

Liliane, recorde-se, dirigia-se para uma sessão de tratamentos de fertilidade quando foi baleada. O marido fora também mortalmente alvejado. “Éramos uma família feliz. Agora não somos”, desabafou Maria de Fátima, de acordo com a TVI.

Conta a estação de televisão que, na sala de audiência, Maria de Fátima olhou fixamente para Pedro Dias, tendo só algum tempo depois começado a recordar o fatídico dia. Era habitual a filha dar-lhe um toque ou ligar quando chegavam a Coimbra, onde o casal estava a fazer tratamentos de fertilidade.

Algo que não aconteceu naquele dia. O coração de Maria ficou, por isso, a “palpitar” ao pensar na possibilidade de algum acidente rodoviário ter acontecido. Maria de Fátima soube nessa tarde, às 18h30 do dia 11 de outubro, que o genro tinha morrido e que a filha estava em estado muito grave no Hospital de Viseu.

"A minha filha estava uma lástima. Tinha apenas os olhos abertos, apertava-me a mão e mexia os lábios, mas penso que ouvia tudo o que dizíamos", lembrou.

A mãe do genro de Maria de Fátima também foi ouvida no Tribunal da Guarda. A mãe de Luís Pinto, Conceição Pinto, recordou, entre lágrimas, como o filho sempre fora o “seu braço direito”. "E ela [Liliane] era uma filha, não era de sangue, mas era de coração", vincou, lamentando a felicidade que lhe fora, também, roubada.

Depois destes dois depoimentos, a advogada de Pedro Dias, Mónica Quintela disse que qualquer pessoa que ouve o relato de uma mãe que perde um filho fica “completamente esmagada”. "Qualquer cidadão que ouça um pai ou uma mãe falar sobre a perda de um filho ou de uma filha tem de ficar profundamente comovido, emocionado e solidário com essa dor. Penso que isso é universal e transversal, é uma dor que nos parte a todos", afirmou.

Por seu turno, à entrada para o Tribunal na manhã desta terça-feira, o advogado destas duas mães, antevendo depoimentos muito emocionados, disse que espera que o julgamento traga justiça, pedindo a pena máxima que o nosso sistema permite, 25 anos de pena efetiva.

“Não esperamos menos do que isso”, vincou, acrescentando que não há dúvidas de que foi Pedro Dias quem cometeu os crimes de Aguiar da Beira. "Isto foi uma execução sumária de uma forma cruel, injustificada e inesperada. É uma memória trágica que irá ficar com eles para o resto das suas vidas", destacou João Paulo Matias.

Pedro Dias, recorde-se, está a ser julgado pela prática de três crimes de homicídio qualificado sob a forma consumada, três crimes de homicídio qualificado sob a forma tentada, três crimes de sequestro, crimes de roubo de automóveis, de armas da GNR e de quantias em dinheiro, bem como de detenção, uso e porte de armas proibidas.

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