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Marcelo fala em "exigência constante" que abrange todos, a começar por si

O Presidente da República prometeu hoje manter uma "exigência constante" para que não se repitam tragédias, mas frisou que não é uma questão pessoal, nem dirigida exclusivamente a este Governo, abrange todos, a começar por si.

Marcelo fala em "exigência constante" que abrange todos, a começar por si
Notícias ao Minuto

18:50 - 28/10/17 por Lusa

País Incêndios

No final da sua visita ao grupo oriental dos Açores, questionado pelos jornalistas sobre até quando manterá pressão sobre o Governo na sequência dos incêndios, Marcelo Rebelo de Sousa considerou que "o país ficou chocado consigo mesmo" e que "essas tragédias impõem deveres, deveres instantes", mas "para todos" - "não é para é para o órgão A, B, C, D".

O chefe de Estado, que falava numa escola básica no concelho de Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, afirmou que vai "assumir até ao fim do seu mandato - com este Governo, tal como com o futuro Governo, qualquer que ele seja -, porque assume em relação a si próprio, um dever de exigência constante, para que não ocorra novamente uma tragédia como esta".

Admitindo que talvez não tenha sido compreendido, acrescentou: "Não é uma teimosia, não é questão pessoal, não é uma questão conjuntural. É uma exigência nacional. Eu tenho tentado explicar isto, se eu não consigo explicar isto, considerando-me um razoável pedagogo, e um professor, é porque há algum problema na minha comunicação, ou é porque quem ouve ou não quer ouvir ou não entende o que eu estou a dizer".

Marcelo Rebelo de Sousa respondeu longamente a esta questão, durante sete minutos, lamentando que as suas palavras na sequência dos incêndios sejam lidas como "uma exigência a A, a C, a D, por razões conjunturais, furtuitas, circunstanciais".

"Não é nada disso, é uma exigência nacional. Ou somos exigentes para resolver o problema, ou não somos e não resolvemos. Se não resolvermos, falhamos todos. Considero uma perda de tempo, em vez de discutirmos o que é preciso fazer para que se não repita mais o que ocorreu, estarmos a discutir realidades, independentemente do seu caráter ficcional ou não ficcional, que são totalmente irrelevantes", disse.

"Não é para o órgão A, B, C, D, não é para a população A, B, C, D. Não, é para todos", reforçou, defendendo: "Não há como nós todos não nos sentirmos pressionados a olhar para o que é preciso fazer num espaço de tempo muito curto, porque é menos de dois anos".

Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, na sequência os incêndios, o país "ficou chocado consigo mesmo" e "o Presidente da República, ele próprio, disse ao país que sentia esse choque nele próprio - não começava pelos outros, começava por ele próprio, como responsável supremo no quadro do poder político do Estado português".

O chefe de Estado reafirmou que mantém as prioridades que estabeleceu quando tomou posse: a procura de consensos, a existência de um "Governo forte, durando uma legislatura", de uma "oposição forte, para constituir a alternativa do Governo, sendo essa a vontade dos portugueses", e o reforço da concertação social.

"Esse é um ponto. Outro ponto específico é este: O país viveu duas tragédias quase consecutivas, e com alguns aspetos semelhantes, e ficou chocado, por razões que se prendem com o que ocorreu nesse tempo, e por descobrir que havia aspetos estruturais que vinham de longe e para as quais não tinha olhado como deveria ter olhado", prosseguiu, explicando que face a isso sente "um dever de exigência constante".

No seu entender, às vezes os portugueses ficam "a discutir o pormenor do pormenor do pormenor", e perdem "a visão do que é importante", que é "recuperar décadas de distração, ou de atraso, ou de não compreensão plena, mais o que se somou nos factos ocorridos".

"Se continuamos a discutir os pormenores, não chegamos lá. E eu como Presidente da República não posso admitir que não cheguemos lá", advertiu.

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