Meteorologia

  • 25 ABRIL 2024
Tempo
18º
MIN 13º MÁX 19º

LPN quer que medidas anunciadas pelo Governo sejam início de nova atitude

A Liga para a Proteção da Natureza (LPN) "congratula-se" com as medidas anunciadas no sábado pelo Governo no âmbito da reforma de prevenção e combate aos incêndios, exigindo que seja o "início de uma nova atitude dos responsáveis".

LPN quer que medidas anunciadas pelo Governo sejam início de nova atitude
Notícias ao Minuto

18:45 - 22/10/17 por Lusa

País Incêndios

Em comunicado enviado à agência Lusa, a LPN "congratula-se com as medidas tomadas pelo Governo no reforço das capacidades de proteção e de vigilância das áreas maturais e protegidas", mas realça que "é pena que elas tenham apenas sido tomadas em contexto de reação à tragédia de devastadores incêndios", "mas, como diz o nosso povo, 'mais vale tarde do que nunca'!".

Para a LPN é "agora exigível mesmo que as medidas tomadas não sejam a exceção, mas o início de uma nova atitude dos responsáveis pela governação, com particular relevo para os ministros do Ambiente e da Agricultura".

"A LPN exorta a que os ministros do Ambiente e da Agricultura sejam capazes de mostrar que são diferentes e conseguem decidir em conjunto políticas de otimização dos recursos em favor da proteção e valorização dos ecossistemas naturais", lê-se no mesmo comunicado.

O documento alerta para o risco de esquecimento da tragédia dos fogos no centro do país, este ano, e "se volte a desvalorizar e a menorizar, nas políticas e na distribuição dos recursos públicos, a floresta, a natureza e todos os Homens e valores naturais que dão um sopro de vida a territórios abandonados por décadas de opções de desenvolvimento, modernas e de 'encherem o olho', mas absolutamente insustentáveis e injustas".

A LPN "exorta" o ministro da Agricultura, Luís Capoulas Santos, "para que tenha a coragem e a sabedoria de romper com políticas absolutamente desequilibradas na alocação dos recursos e aposte forte e sem tibiezas na valorização e proteção da floresta e dos recursos naturais na revisão do atual Plano de Desenvolvimento Rural, e na negociação e preparação da próxima Política Agrícola Comum, e novo Programa de Desenvolvimento Rural".

Quanto ao ministro do Ambiente, João Pedro Fernandes, a LPN quer "que tenha a ousadia e seja visionário, rompendo com interesses e práticas costumeiras no ambiente e adote no Fundo Ambiental uma orçamentação e uma gestão corajosa, decididamente de investimento na valorização e proteção dos recursos da natureza que não podendo ser mercado são bens públicos inequívocos".

A LPN "exorta" também o primeiro-ministro, António Costa, e o ministro das Finanças, Mário Centeno, "para que possibilitem uma orçamentação anual sustentada do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas para que este possa, como certamente deseja, exercer as suas responsabilidades públicas".

"Não podemos continuar a pensar 'menos Estado e melhor Estado', para depois virmos a lastimar a falência do Estado", assinala a LPN.

"O investimento público na floresta e na proteção da natureza e dos territórios que tem nestes os seus ativos principais, quase únicos, é o mais rentável e justificável dos investimentos públicos a par dos que fazemos nas funções de soberania e de defesa da saúde e da educação públicas", remata a LPN.

No sábado, o Governo anunciou a disponibilização de uma verba total "entre 300 e 400 milhões de euros" para a recuperação das habitações e infraestruturas de empresas e autarquias, o apoio ao emprego e ao setor agrícola e florestal.

O Governo pretende em 14 meses concluir a reforma da Proteção Civil, que visa aproximar a prevenção do combate aos incêndios e reforçar o profissionalismo, o que deverá passar pela entrada do Estado na rede de comunicações SIRESP e por vários apoios dirigidos às populações e às zonas mais afetadas.

O Governo discutiu também no sábado a reforma nos sistemas de prevenção e combate aos incêndios e medidas de emergência de apoio às vítimas, depois dos fogos de Pedrógão Grande (em junho) e de vários concelhos das regiões Centro e Norte (15 e 16 de outubro), que provocaram a morte a mais de 100 pessoas e deixaram um rasto de destruição de casas, empresas e património florestal.

Recomendados para si

;
Campo obrigatório