CAP lamenta "ausência de capacidade do Estado em proteger cidadãos"
A Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) lamenta a "inaceitável e incompreensível ausência de capacidade do Estado em proteger os seus cidadãos" e revela "profunda revolta e indignação pela forma como o Governo se demitiu das suas responsabilidades".
© Reuters
País Incêndios
Em comunicado hoje divulgado a propósito dos incêndios que deflagraram no domingo, a CAP "associa-se ao luto nacional em que o país mergulhou, lamentando profundamente (...) a perda de vidas humanas".
Os incêndios tiveram "consequências dramáticas para um elevadíssimo número de agricultores e proprietários rurais, destruindo bens materiais, matando animais e aniquilando meios produtivos e de subsistência".
No comunicado, a confederação exige "publicamente o apuramento das responsabilidades do Estado e dos seus representantes, assim como a assunção de todas as medidas necessárias para que, em definitivo, uma situação como esta não volte a repetir-se".
Para a Confederação, o "Estado falhou gravemente nas suas obrigações quanto à proteção das pessoas, particularmente nas zonas rurais, e deverá assumir a responsabilidade pela perda de vidas humanas, mas também dos meios produtivos nas várias regiões do país, indemnizando de forma justa e coerente os agricultores e os cidadãos em geral afetados por esta situação", lê-se no comunicado.
A direção da CAP considera que se trata de uma questão de "segurança nacional" que compete ao Estado, que "não poderia de forma alguma ter deixado que estes acontecimentos se repetissem".
A CAP lamenta ainda que o "Orçamento do Estado recentemente apresentado não contenha medidas específicas que visem infraestruturar convenientemente o país de meios e tecnologia".
A direção da CAP alerta que é necessário que toda esta temática seja enfrentada de forma profissional, para que não se voltem a viver "tragédias semelhantes".
"Em ambiente de profunda consternação, a direção da CAP renova o seu voto de profundo pesar e solidariedade para com as famílias enlutadas, bem como com todo o conjunto de agricultores e demais cidadãos que viram as suas vidas e os seus bens atingidos por tamanha tragédia de nível nacional", referiu em comunicado.
As centenas de incêndios que deflagraram no domingo, o pior dia de fogos do ano segundo as autoridades, provocaram pelo menos 41 mortos e cerca de 70 feridos (mais de uma dezena dos quais graves), além de terem obrigado a evacuar localidades, a realojar as populações e a cortar o trânsito em dezenas de estradas.
O Governo decretou três dias de luto nacional, entre terça-feira e quinta-feira.
Esta é a segunda situação mais grave de incêndios com mortos este ano, depois de Pedrógão Grande, em junho, em que um fogo alastrou a outros municípios e provocou 64 mortos e mais de 250 feridos.
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