Em declarações à Lusa, o conselho de administração dessa estrutura confirmou a saída de Julieta Vieira e da equipa que a acompanhava no Serviço de Urgência (SU), informando que a coordenação é agora da própria diretora clínica do Centro Hospitalar do Entre Douro e Vouga (CHEDV), Elsa Soares, "conforme estava previsto".

A mudança resultou da publicação na passada terça-feira da portaria que autoriza a empreitada de ampliação e melhoria do SU do Hospital S. Sebastião, na Feira, o que "obrigará a um grande esforço de reorganização dos espaços e dos fluxos de trabalho no serviço, pois as obras decorrerão sem interrupção da atividade assistencial".

A administração do CHEDV garante que as mudanças na direção da Urgência resultaram, por isso, "de um processo planeado" e de uma "reestruturação normal que está a ser gerida com o conhecimento e a participação dos envolvidos, e com o empenho das chefias".

Quanto à escolha de Elsa Soares como nova diretora do SU, explicou: "Tendo em conta a necessidade de implementar essas mudanças profundas na organização do Serviço de Urgência do Hospital São Sebastião, o que irá requerer um significativo esforço conjugado dos profissionais do quadro desse e outros serviços, o conselho de administração entendeu que seria muito importante transmitir a todos um sinal de firme compromisso, com a assunção da direção da Urgência pela própria diretora clínica do CHEDV".

A administração desse centro hospitalar desvaloriza, por isso, o facto de a anterior responsável pelo SU ter deixado o cargo no próprio dia em que lhe foi comunicada a substituição.

"Esta alteração organizativa foi comunicada à [então] diretora do SU na própria terça-feira, o que a levou a pedir para que a substituição pudesse ser concretizada no próprio dia, passando ela a assumir em exclusivo as funções de coordenadora da VMER [Viatura Médica de Emergência e Reanimação]", esclarece a direção do hospital.

As obras que deverão iniciar-se até final de 2017 na Urgência do Hospital São Sebastião irão garantir "a criação de um novo espaço de 400 metros quadrados onde será instalada uma área de observação de doentes enquanto os mesmos permanecem no serviço, oferecendo-lhes mais conforto e permitindo melhores condições de trabalho aos profissionais".

Durante os seis meses da empreitada, a direção do CHEDV considera "fundamental que não haja quaisquer constrangimentos ao normal funcionamento do serviço".

A Lusa fez vários contactos para o Sindicato dos Médicos do Norte, o Sindicato Independente dos Médicos e a Secção Regional do Norte da Ordem dos Médicos, para obter mais detalhes sobre as mudanças na Urgência da Feira, mas nenhuma das diversas chamadas foi atendida.

Solicitou também um esclarecimento à direção nacional da Ordem dos Médicos, mas não obteve resposta.