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Portugal acompanha processo com atenção, portugueses "sem problemas"

O Governo português está a acompanhar "com muita atenção" o processo independentista em curso na Catalunha, Espanha, disse hoje o ministro dos Negócios Estrangeiros, que garantiu que "nenhum problema está identificado" entre a comunidade portuguesa naquela região.

Portugal acompanha processo com atenção, portugueses "sem problemas"
Notícias ao Minuto

12:56 - 11/10/17 por Lusa

País Catalunha

"Estamos a acompanhar com muita atenção, seja do ponto de vista da política externa e da relação bilateral com o Estado espanhol, seja do ponto de vista das questões consulares", disse hoje aos jornalistas Augusto Santos Silva, falando à margem do encontro dos reis holandeses com estudantes da Universidade de Lisboa, no âmbito da visita oficial de três dias a Portugal.

"Do ponto de vista consular, não há nenhuma dificuldade, nenhum problema que esteja identificado. As coisas no consulado geral de Portugal em Barcelona decorrem com toda a normalidade", garantiu.

Questionado sobre empresários portugueses que pretendem retirar a sede social das suas empresas da Catalunha, Santos Silva disse que "a prudência e a calma são as melhores conselheiras".

"Não há nenhum motivo para alarme. Devemos estar muito atentos e confiamos em Espanha, na Constituição e na lei espanhola, no quadro que ela permite para o diálogo democrático, que é sempre a melhor maneira para resolver problemas", destacou.

Esta terça-feira, o presidente do Governo catalão, Carles Puigdemont, anunciou no parlamento regional assumir "o mandato do povo" para que a região seja "um Estado independente", mas propôs a suspensão dos seus efeitos para procurar o diálogo com Madrid.

"Continuamos a considerar que é uma questão interna de Espanha, respeitamos evidentemente a soberania de Espanha. Temos laços históricos e contemporâneos muito profundos com Espanha, somos os dois membros da União Europeia, a Península Ibérica é muito importante para todos", disse hoje o chefe da diplomacia portuguesa.

O Governo português confia, acrescentou, que "as instituições e os agentes políticos espanhóis saibam encontrar as vias de um diálogo responsável, no quadro da Constituição e do Estado de direito democrático que vigora em Espanha".

Questionado sobre eventuais repercussões do processo, Santos Silva considerou que "se as coisas correrem bem", não haverá consequências.

"Pelo contrário, até pode ter repercussões positivas, porque mostraremos mais uma vez que é possível superar dificuldades no quadro europeu", defendeu.

Segundo o gabinete da secretaria de Estado das Comunidades, vivem na Catalunha entre 13 e 14 mil portugueses, tratando-se de uma comunidade essencialmente composta por jovens, com idades que entre os 25 e os 45 anos.

"São pessoas qualificadas e muito integradas na vida de Barcelona e da região e que trabalham em áreas como o turismo, o design, a arquitetura, entre outras. Há também muitos estudantes portugueses na Catalunha ao abrigo do programa Erasmus e de cursos de pós-graduação nas universidades", adiantou à Lusa fonte do Ministério dos Negócios Estrangeiros.

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