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"Não nos desagradou. Se vier aberto ao diálogo, será ajudado"

O SIIF e o SINSEF realçam a importância do diálogo para o futuro do SEF. Para os sindicatos, Carlos Alberto Matos Moreira terá de conseguir atrair mais pessoas para o serviço documental e garantir uma gestão eficaz, nomeadamente ao nível administrativo, uma vez que muitas destas funções estão a ser desempenhadas por inspetores.

"Não nos desagradou. Se vier aberto ao diálogo, será ajudado"
Notícias ao Minuto

08:05 - 10/10/17 por Pedro Bastos Reis

País Novo diretor do SEF

Carlos Alberto Matos Moreira é o nome que se segue como diretor do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF). Nomeado pela ministra da Administração Interna, sucede a Luísa Maia Gonçalves, que se demitiu depois de saber que ia ser exonerada por Constança Urbano de Sousa.

Nos últimos nove anos, o novo diretor do SEF ocupou o cargo de Inspetor Coordenador Superior da Carreira de Investigação e Fiscalização, fazendo a ligação do Ministério da Administração Interna junto da União Europeia. No entanto, já tem longa carreira no SEF, serviço para o qual entrou em 1991.

Contactados pelo Notícias ao Minuto, dois sindicatos do SEF dizem estar “expectantes” relativamente à nomeação de Carlos Alberto Matos Moreira, realçando a importância do diálogo na definição de prioridades para o futuro.

“Estamos expectantes. Não nos desagradou [a nomeação], obviamente, porque não nos pode desagradar alguém que tem por obrigação conhecer muito bem a problemática do SEF como instituição”, afirmou Manuela Niza Ribeiro, presidente do Sindicato dos Funcionários do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SINSEF).

Já Renato Mendonça, presidente do Sindicato dos Inspetores e Investigação do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SIIFF), apesar da expectativa, manifesta algumas reservas devido ao facto de Carlos Alberto Matos Moreira ter passado os últimos anos em Bruxelas, uma vez que “pelo percurso [profissional], poderá não ter uma ideia muito clara de como está o SEF”.

“É uma pessoa que esteve fora do SEF durante algum tempo. Independentemente de manter o contacto, não tem, se calhar, a real sensibilidade para aquilo que vai encontrar. [Mas] se vier com abertura para o diálogo, será ajudado”, sublinha o presidente do SIIFF, considerando para isso fundamental que "chame as estruturas representativas dos trabalhadores para, no fundo, fazer uma avaliação e saber por onde vai começar".

Por seu lado, a presidente do SINSEF, que garante não passar "cheques em branco a ninguém", diz-se disponível a dar o "benefício da dúvida" e assegura estar "com muita vontade de colaborar".

"Gestão de pessoal é caótica"

Um dos desafios que se impõem ao novo diretor do SEF, tanto para o SINSEF como para o SIIFF, prende-se com a “gestão de pessoal” e com a questão das carreiras administrativas.

Manuela Niza Ribeira considera que é fundamental “investir na carreira documental por forma a fixar pessoas e atrair mais gente para esta área", de forma a “acabar com as pendências e poder responder mais celeremente” aos pedidos existentes. “A direção que vier tem de fazer a ponte entre o poder político e os funcionários de maneira a fazer entender que não se trata de uma despesa, mas sim de um investimento que pode atrair mais pessoas”, concretiza.

Esta prioridade, realçada pelo SINSEF, vai ao encontro da proposta de Renato Mendonça, que define a gestão de pessoal no SEF como “caótica”.

Além da contratação de novas pessoas para as carreiras de inspetor, o presidente do SIIFF salienta a importância da “entrada de funcionários da carreira administrativa, no sentido de libertar inspetores que, neste momento, se encontram a exercer funções administrativas”. Isto porque, conta ao Notícias ao Minuto, vários inspetores, nos últimos tempos, foram mobilizados para este tipo de funções devido à falta de pessoal e ao aumento de fluxo de pedidos de asilo, funções que “a carreira administrativa da Função Pública poderia desempenhar mas que, neste momento, estão a ser desempenhadas por inspetores”, concretiza.

De referir que até Carlos Alberto Matos Moreira assumir a direção do SEF, Joaquim Pedro Oliveira e António Carlos Patrício, ambos diretores nacionais adjuntos, assumem a direção interina do serviço.

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